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domingo, 8 de janeiro de 2012

Esoteric - Paragon Of Dissonance (2011)

Escrever sobre este novo trabalho dos britânicos Esoteric afigura-se uma tarefa árdua depois do assombroso registo que foi 'The Maniacal Vale' e, quer queiramos ou não, irá existir sempre a comparação entre os dois, dado que em 2008 o colectivo de Birmingham atingiu um patamar bastante elevado, com aquele que é, para muitos, o opus magnum, o culminar de uma evolução sonora que principiou nos inícios da década de 90.
Não podemos negar que existem algumas semelhanças na estrutura dos dois álbuns: o facto de serem duplos, conterem o mesmo número de faixas e a até a duração total ser bastante próxima. No entanto, Greg Chandler e companhia souberam fugir ao facilitismo de nos apresentarem um 'The Maniacal Vale Pt. 2' ou um conjunto de temas com sabor a requentado, vivendo à sombra das glórias conquistadas. E isso nota-se, perfeitamente, logo nos segundos iniciais de 'Abandonment', em que somos transportados para um vácuo em que as paisagens que nos assomam à cabeça são áridas, vazias, onde o ribombar da música é a única presença e assim se prolonga pela hora e meia seguinte. A sequência prolonga-se com 'Loss Of Will', mais um tema magistral, daqueles que figurarão nos cânones da banda, quando forem uma lembrança, com toda a certeza, mostrando-nos que num estilo onde é tão difícil inovar como é o funeral doom, há sempre alguma margem de manobra para continuar a tornar as coisas interessantes, estimulantes, sem colocar em risco a identidade ou a sonoridade do colectivo.
Alguns dos temas mais longos espraiam-se na segunda rodela, e contribuem para a construção de mais um 'monstro', mais um trabalho que nos deixa colados à cadeira largos minutos após o seu término, ainda com a sensação que não saímos desse vácuo e os últimos, longos, compassos de 'A Torrent Of Ills' ainda actuam no nosso cérebro e fluem pelo nosso corpo.
Como dissemos nas primeiras linhas, as comparações saltam para o campo de análise e apesar de 'Paragon Of Dissonance' apontar alguns caminhos diferentes, fica ligeiramente aquém do que já fizeram, mas tem força mais que suficiente para viver por si só. Destes senhores, só esperamos nada mais do que trabalhos excelsos. (17.4/20)