segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Monads - Intellectus Iudicat Veritatem (2011)

Por vezes, torna-se difícil entender o que nos impele a escrever sobre alguém ou alguma coisa. Na música, o cenário é semelhante, no nosso caso particular. Acresce que, ao longo dos últimos anos, temos sido confrontados com uma quantidade abissal de novos lançamentos que nos chegam em catadupas semanal ou mensalmente, muitos deles com qualidade e assim cativando a nossa atenção, esquecendo tudo à volta, nem que seja por algumas horas.
Os belgas Monads conseguiram-no com a sua demo de estreia 'Intellectus Iudicat Veritatem'. Composta por cinco longos temas, que andam a vaguear por entre o Doom/Death e o Funeral Doom (embora a banda indique a sua sonoridade como Post-Doom), com uma força e brutalidade sonora desarmante, capaz de varrer uma paisagem e deixá-la na mais profunda agonia e escuridão, inóspita. Um bom exemplo disso é o tema de abertura 'The Stars Are Screaming', onde somos confrontados, ao fim de poucos segundos, com essa realidade, um misto de Evoken, Esoteric e Mournful Congregation. Para além dessa vertente demolidora, há momentos de maior acalmia, onde nos é proporcionado algum tempo para respirar; 'Broken Gates To Nowhere' é prova disso, onde num lento e doce crescendo a paleta de cores do tema alarga-se para tonalidades mais claras e suaves, numa toada muito Post-Rock de uns Explosions In The Sky e que os mesmos não desdenhariam abraçar, certamente, desembocando num final que aglutina todas estas vertentes, dando-lhe uma certa aura épica, arriscamos dizer. Ou então, a passagem presente em 'Absent As In These Veins' que desemboca num final austero, duro, empolgante, que nos deixa zonzos e quando recompostos do atropelo, a primeira coisa que nos ocorre é premir novamente no play.
Apesar de estarmos a pisar solo já conhecido e largamente explorado ao longo destes últimos anos, temos que admitir que estamos perante um trabalho de estreia bastante consistente, coeso, com bons momentos e que vale muito pelo seu conjunto, sem sombra, por mais negra que seja, de dúvida. (16.3/20)

English:
Sometimes it is difficult to understand what leads us to write about someone or something. About music, the scenario is similar. Moreover, over the past years we have been confronted with an unfathomable amount of new releases coming out in waterfalls weekly or monthly, some of them with recognisable quality and so our attention is focused there, forgetting everything around, even for a few hours.
The Belgians Monads captured our attention with their debut demo 'Intellectus Iudicata Veritate'. Consisting on five long songs, that are left to wander amid the Doom/Death and Funeral Doom (though the band considers their sound as Post-Doom), with a muiscal force and brutality disarming, able to sweep a landscape and leave it in the deepest agony and darkness, inhospitable. A good example is the opening theme called 'The Stars Are Screaming', where we face, after a few seconds with this reality, a mix of Evoken, Mournful Congregation and Esoteric. Beyond this devastating side, there are moments of greater calm, where we are provided some time to breathe, 'Broken Gates To Nowhere' is proof of that, where a slow growing and sweet color palette theme extends to lighter shades and mild, in a very similar tune of some Post-Rock Explosions In The Sky and disdain that they do not embrace, of course, ending in a final that brings together all these aspects, giving it a certain aura of epic, I daresay. Or the passage in 'The Absent In These Veins' that ends in a final austere, hard, breathtaking, that makes us dizzy and when recomposed of the hustle, the first thing that occurs is to press the play button again.
While we are treading ground already well known and widely exploited over the last few years, we have to admit that this is a debut work fairly consistent, cohesive, with good songs and the whole is worth much without shadow, blacker than is, in doubt. (16.3/20)

Temple Of Doom Metal - II anos de lamentações


Há dois anos, principiamos esta aventura que tinha por objectivo dar um pouco mais de visibilidade a um estilo musical que, para além de nos ser particularmente grato, em Portugal parecia carecer de maior exposição; o apoio a projectos nacionais baseados na sonoridade do Doom Metal era uma das principais premissas que pautavam este projecto, igualmente.
Desde então, todo este processo foi sendo desenvolvido, fruto do empenho e trabalho das pessoas que se identificaram com o Temple Of Doom Metal e, mediante a sua disponibilidade foram contribuindo para que esta 'voz' não se calasse. Tudo decorreu de forma tranquila, ponderada, apesar de alguma inconstância, por vezes... nem sempre as águas foram calmas e os caminhos sempre se revelaram pedregosos. Caminho lento e penoso, afinal estamos a falar de Doom...
Hoje, tal como em 2010 e desde o dia em que foi criado, o Temple Of Doom Metal continua com a mesma ambição e similares objectivos mencionados. Os contactos com bandas alargaram-se, editoras, músicos e apreciadores deste género musical continuam a ser a fonte de energia e inspiração para que a caminhada continue. As surpresas, quase sempre positivas, deixaram-nos por vezes atónitos, talvez por uma manifesta capacidade de percepção do número de pessoas/bandas/labels que tomavam contacto com o blogue e nele viam algo com alguma qualidade ou, simplesmente e certamente, mais um veículo de divulgação do(s) seu(s) trabalho(s).
Por isso mesmo estamos aqui hoje, com um natural motivo de regozijo, mas acima de tudo para expressar que as portas do Temple Of Doom Metal continuarão a estar abertas, porque este lento doom ainda tem muito para vos oferecer.
Para finalizar, parafraseando umas linhas nossas: 'Por último, seria indecoroso não ser endereçada uma (enorme) palavra de homenagem a todos os que, desde o início, acreditaram que este projecto tinha pernas para andar e crescer, a todos os que têm participado, através das variadíssimas formas, na construção deste espaço e ao grupo que tem sido a alma do templo ao longo destes dois anos de actividade.
Por tudo isto e muito mais, o nosso sincero muito obrigado.'

Temple Of Doom Metal
Arrasta-te, lúgubre; a desilusão invade-te...

sábado, 27 de agosto de 2011

Yob - Atma (2011)

O ano de 2009 assistiu ao regresso dos Yob após um período bastante atribulado que passou pela extinção do projecto e levou à criação dos Middian - do qual resultou no lançamento do álbum "Age Eternal", em 2007 - e colocação de um ponto final na sua actividade, também, pouco depois, terminando com a reactivação dos primeiros, corria já o ano de 2008. Perante este frenesim num tão curto espaço de tempo, não foi de espantar que as expectativas fossem bem altas, por parte de todos aqueles que tomaram conhecimento do trabalho da banda de Mike Scheidt, por alturas do lançamento de "The Great Cessation", em 2009. A juntar a todas as razões atrás mencionadas, acrescentava-se uma sólida e progressiva ascensão da banda alicerçada em sucessivos longa-duração de reconhecida qualidade, desde os tempos de "Elaborations Of Carbon", de 2002.
Apesar disso, "The Great Cessation" revelou ser uma das melhores propostas do colectivo de Portland, cristalizando ao longo de cinco temas magistrais toda a sua fórmula, tornando-se num caso muito sério no domínio do Stoner/Doom Metal, sendo prova disso mesmo o duplo concerto na edição do ano passado do Roadburn Festival.
É desta forma, envoltos neste hype, que dois anos depois, chega aos escaparates o seu sexto longa-duração, "Atma" de sua graça.
Pois bem, a mão cheia de temas aqui presentes não traz muitas diferenças relativas ao passado; no entanto, as composições afiguram-se-nos mais directas, despindo-se de algum experimentalismo e sentido de jam session que anteriormente exalavam e conferiam, digamos, uma aura de transcendência às músicas. As malhas fortes, vibrantes na nossa cabeça, os ritmos lentos e demolidores continuam lá, suportando o timbre único de Scheidt, o que só por si, é a garantia de mais um trabalho avassalador, mas ao fim de algumas audições permanece a sensação que algo falta ali, de modo a ser equiparado ao seu antecessor ou a "Catharsis", por exemplo. Tudo está muito bom e muito certinho, mas isso é que é estranho e no meio desta estranheza ressalta a voz de Scott Kelly, na segunda metade de "Before We Dreamed Of Two", no meio da tormenta sonora, qual mão ou voz que acalma as grossas vagas, encaminhando-nos subtilmente para o centro do vórtice de onde somos cuspidos somente no final de "Adrift In The Ocean". Avassalador, sim, mas sem surpreender. (14.9/20)

English:
The year of 2009 saw the return of Yob, after a very busy process that conducted to the extinction of this project and led to the creation of Middian - resulting in the release of 'Age Eternal', in 2007 - and putting an end, too little then ending with the reactivation of the first band, during 2008. Along this frenzy in such a short time, it was not surprising that expectations were quite high, by all those who took contact with the work of Mike Scheidt's band, around the time of the release of 'The Great Cessation' in 2009. In addition to all the reasons mentioned above, added to a robust and progressive rise of the band supported in successive albuns with quality recognized since the days of 'Elaborations Of Carbon' in 2002.
Nevertheless, 'The Great Cessation' turned out to be one of the best proposals of the collective from Portland, crystallizing over five themes throughout his masterful formula, making it a very serious case in the field of the Stoner/Doom Metal, being proof of that the double concert at last year's edition of the Roadburn Festival.
In this way, wrapped in hype, which comes two years after the racking his sixth full-length, 'Atma' of his grace.
Well, the handful of songs do not present here many differences with the past, however, the compositions seem to us more direct, undressing a sense of experimentalism and jam session that previously exuded, like an aura of transcendence to the music. Strong riffs, vibrant in our heads, the slow and crushing rhythms are still there, standing the unique timbre of Scheidt, which alone would guarantee a record more overwhelming, but after a few auditions remains the feeling that something's missing there, so as to be compared to its predecessor or 'Catharsis', for example. Everything is very good and pretty straight forward, but that is what is foreign and strange in the middle of this strangeness the voice of Scott Kelly, appearing in the second half of 'Before We Dreamed Of Two', in the middle of this storm of sound, like a hand or voice that calms the enormous waves, subtly directing us to the center of the vortex where we are spit out only at the end of 'Adrift In The Ocean'. Overpowering, yes, but not surprising. (14.9/20)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Megaphone - Entrevista a Mourning Lenore

No ano de 2010, os lisboetas Mourning Lenore foram uma das bandas portuguesas com mais hype na vertente do Doom Metal, tanto em Portugal como no estrangeiro, muito graças ao seu primeiro álbum "Loosely Bounded Infinities", lançado pela Major Label Industries, e às suas boas prestações em palco. Foi, após um desses últimos concertos, que estivémos à conversa com a banda, ainda antes das profundas mudanças de line up que, entretanto, sofreu.
O megaphone passa para a mão dos Mourning Lenore.


Entre a formação da banda e a chegada ao vosso primeiro álbum, houve um curto espaço de tempo. Como se desenrolou todo este processo até ao final de 2010, com um álbum como “Loosely Bounded Infinities” na mão?
João Arruda (JA): Bem, começamos a banda em 2008, após eu ter colocado um anúncio na internet e, rapidamente, apareceram os elementos que hoje compõem a banda. Foi muito engraçado, porque logo no início houve uma grande química, visto que foram os três primeiros elementos que responderam ao anúncio. De facto, as coisas aconteceram de forma bastante rápida.
Ainda nesse ano, começamos a gravação do split [NR: que foi lançado em 2009, em conjunto com os Insaniae]; sabíamos que era cedo, mas mesmo assim, decidimos arriscar. As reacções foram óptimas, não estávamos à espera que fossem tão boas. Aproveitamos o embalo e seguimos para o álbum.

No meio desta intensa actividade, onde entra a Major Label Industries neste processo?
João Galrito (JG): Numa linha de crescimento da banda, utilizámos o split para promoção junto de várias editoras e a que teve uma resposta mais positiva foi a Major Label Industries, que gostou muito do nosso trabalho, mas quis aguardar para ver como a banda iria evoluir e queriam ouvir mais alguns temas. Foi o que fizemos. Quando terminamos as novas músicas e as gravamos, enviamo-las para a editora e pronto…, basicamente foi um casamento feliz. Gostaram muito do nosso trabalho e resolveram lançar o nosso álbum.

E como têm sido as reacções, tanto em Portugal como lá fora, ao “Loosely Bounded Infinities”?
Emanuel Henriques (EH): As reacções têm sido positivas, tanto aqui como fora de portas, ainda que nos “acusem” de sermos um bocadinho jovens, mas é um argumento que tentamos utilizar da melhor maneira possível. Mas, basicamente, o feedback tem sido bastante bom, claramente acima das nossas expectativas, o que nos abre boas perspectivas para avançarmos para um segundo trabalho.

Uma prova dessas boas reacções foi o facto de o vosso álbum ter sido nomeado para a categoria “Best Doom Metal Album”, de 2010, no site da Metal Storm. Qual o impacto de uma nomeação dessas para banda e de notícias como esta?
JA: É claro que ficamos imensamente felizes pela nomeação, não estávamos, de todo, minimamente à espera. Eventualmente, com muita sorte, poderíamos figurar na categoria de Melhor Álbum de Estreia, porque para a primeira categoria estaríamos entre titãs, mas, mesmo assim, estamos extremamente satisfeitos e, ao mesmo tempo, acaba por ser um sinal que as coisas estão a correr bem além fronteiras. Estamos muito orgulhosos, sem dúvida.

Em trabalhos futuros, contam trabalhar novamente com o Fernando Matias, dado que no press release do álbum indicam que “equipa que ganha não se mexe”?
Joana Messias (JM): Bem, é sempre um pouco difícil dizer, com certeza, o que vamos fazer no futuro, mas, de facto tem sido muito bom trabalhar com ele [Fernando Matias], é uma pessoa com muita paciência, muita criatividade; nós gostamos muito da maneira como trabalha as nossas músicas, já faz parte da nossa equipa, mesmo. E, portanto, tudo indica que iremos continuar a trabalhar com o Fernando no seguimento de tudo o que tem sido feito até agora.



Em que medida é que o Fernando Matias vos ajudou a chegar ao som que podemos ouvir no “Loosely Bounded Infinities”?
JG: Basicamente, o Fernando tem vindo a construir uma reputação, como produtor e engenheiro de som, bastante sólida com os trabalhos que lhe passam pelas mãos e um dos pontos que, na nossa opinião, mais contribuíram para o nosso som foi a sua imensa capacidade de perceber rapidamente o tipo de som que encaixa na perfeição no tema em que está a trabalhar, ao longo de todo o processo de trabalho em estúdio; para além de conseguir dar os retoques finais que as músicas realmente precisam, dando-lhes uma grande coesão. Outra das suas qualidades é conseguir trabalhar muito bem ao nível do abstracto, em que a partir de uma simples ideia ou um som para uma determinada parte da música ou para um certo instrumento, mesmo dando-lhe dicas um bocado vagas, percebe onde é que queremos chegar e consegue fazer com que isso se torne possível.
JA: Uma outra coisa que, também, me parece importante: é que o Fernando não se prende a estilos musicais, é um produtor extremamente multi-facetado, sempre de mente aberta e isso foi essencial para nós, porque algumas pessoas acham que somos uma banda de Doom, um bocado colada a isto ou aquilo mas, na nossa óptica, gostamos de ir beber a diferentes fontes, o que se tornou essencial para atingirmos o nosso som.

O tema “Unchained” revela uma faceta mais experimental e com alguns elementos sonoros que fogem, um pouco, aos padrões com que foram rotulados. Acaba por ser uma porta que se abre para novas experiências no futuro?
JA: Nada é impossível. [risos]

Qual a vossa opinião relativamente ao panorama musical europeu, numa altura em que a informação corre a uma velocidade elevada, muito pela mão das novas tecnologias, possibilitando a divulgação dos Mourning Lenore e de outras bandas portuguesas, de uma forma exponencial? A noção que têm é a de que somos um país periférico, visto ainda como algo «exótico»?
JG: Nos anos 90, essa diferença era mais notória. Essa aura de «exótico» em torno de Portugal e de outros países mais periféricos, na Europa, e penso que algumas editoras assinavam bandas por isso mesmo, devido a esse factor «exótico», do ser diferente. Com a crescente velocidade de divulgação e exposição dos projectos, essas diferenças tenderam e tendem a diluir-se, do ponto de vista externo. No plano interno, ainda temos casos de pessoas e bandas que ainda persistem na mentalidade de que somos um país à parte; por isso, acho que muitas bandas poderiam expor-se mais além fronteiras e não o fazem por se deixarem levar nesta opinião de auto-comiseração. As opiniões que temos recolhido do exterior, em sites, fóruns e blogues, são: tudo o que chega de Portugal é bom. Mas, penso que por cá esse tipo de mentalidade está a mudar.

São da opinião que nestes últimos 3/4 anos se começou a construir, em Portugal, uma cena ligada ao Doom Metal?
EH: Acho que o último ano foi bastante fértil, de repente, parece que tocar Doom deixou de ser careta, porque sempre foi um primo afastado dos outros géneros dentro do Metal, por ser muito lento ou demasiado deprimente ou, então, porque, teoricamente, em termos técnicos não era tão exigente. Penso que no último ano apareceram muitas bandas, que já cá estavam há algum tempo, e tornaram-se um bocado mais visíveis. Na generalidade, este último ano foi muito bom para o Doom nacional.
JA: No estrangeiro, já se fala num movimento Doom português, da mesma forma que se fala do som de Gotemburgo, por exemplo. Não estou a comparar os estilos, somente estou a dizer que já se associa um tipo de som a um certo país, o que me parece muito bom, é sinal que estão a sair muitas coisas com qualidade por cá. Acho que não há qualquer dúvida que temos bandas muito boas, mesmo.

TODM: Para rematar, que projectos para o futuro dos Mourning Lenore?
JA: Ainda temos mais um concerto para dar e, depois, será uma incógnita. É tudo o que posso dizer.

(Gostaríamos de agradecer à Joana Cardoso a facultação das fotos e ao Side B todas as facilidades concedidas para a entrevista).

Temple Of Doom Metal


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Ab Reo Dicere (17.08.2011) - The Doom + Gniyrg Gnaarg + Wreck And The Reference

The Doom - 'Echoes To Chaos' (EP) (2008)

Trabalho de estreia para este projecto norte-americano, composto por meia-dúzia de temas crus, com uma produção minimal, resultando num som muito sofrível, a que se junta um conjunto de vocalizações tortuosas, roçando os uivos de um lobo faminto.
No cômputo geral, estamos perante um trabalho que precisaria de muitas melhorias para se tornar aceitável; aqui, salvam-se alguns riffs de guitarra e pouco mais. Underground? De facto. DIY? Cremos que sim! Mas o Doom para mostrar a sua força, poder e sentimento necessita de bem mais. (7/20)


English:

First release for this North American project, consisting of half a dozen raw themes, with a minimal production, resulting in a sound very poorly, which is compounded by a tortuous set of vocalizations, rubbing the howling of a hungry wolf.
Overall, this is a work that would need many improvements to become acceptable; here, save a few guitar riffs and little else. Underground? Indeed. DIY? We believe so! But  Doom needs much more to show its strength, power and feeling. (7/20)



Gniyrg Gnaarg - 'From Mother Sun' (demo) (2010)

A Finlândia tem sido um bom viveiro no que toca a bandas que resolvem abraçar as sonoridades mais doomescas, de entre as quais os Shape Of Despair, Skepticism ou Spiritus Mortis são um bom exemplo disso mesmo. Com "From Mother Sun", estes Gniyrg Gnaarg apresentam-se ao mundo. Uma demo com quatro músicas na linha do Doom mais clássico, mas com alguns trejeitos Stoner, mais patentes nos riffs de guitarra.
No entanto, os temas ainda surgem pouco coesos, pouco poderosos, com a voz a não encaixar bem - a necessitar de mais garra e melhor trabalho na integração das melodias - apesar de apresentarem uma estrutura complexa, o que acaba por ser um ponto positivo neste trabalho.
Ainda sem nada de relevante que justifique o seu nome na galeria do Hall Of Fame do Doom, estes Gniyrg Gnaarg poderão almejar outros voos, mas para isso será preciso mais transpiração e um pouco mais de inspiração. (8.5/20)

English:
Finland has been a good breeding ground when it comes to bands that decide to embrace the more doomed sounds, from which Shape Of Despair, Skepticism and Spiritus Mortis are good examples of this. With 'From Mother Sun', these Gniyrg Gnaarg presents their selves to the world. A four-song demo in line with the more classic Doom, but with some quirks Stoner, more patents in the guitar riffs.
However, issues still arise bit tight, with little power and the voice does not fit properly - needing more grip and better integration of work on the tunes - even if they have a complex structure, which turns out to be a positive point in this work.
Yet, nothing of relevance to justify its name in the Hall Of Fame of Doom, they may aim other flights, but this will require more sweat and a bit more inspiration. (8.5/20)



Wreck And The Reference - 'Black Cassette' (2011)

Dissonante e caótico, ou por outras palavras, não tem ponta por onde pegar este "Black Cassette! Realmente, a expressão "DIY" faz aqui todo o sentido. Há Doom, Noise, montes de Experimentalismo e uma piscadela de olho ao Drone, tudo enrolado numa amálgama sonora, dividida em seis temas,  que não nos agarra, nem por breves instantes; pelo contrário! Não há fio condutor, dando a sensação que estamos perante uma manta de retalhos onde tudo foi unido à pressão. Há uma faceta um tanto ou quanto obscura a envolver estas músicas(!), mas mesmo isso não é suficiente para atenuar o que repetidas audições constataram: um trabalho que não vai ficar para a história.
Quem quiser testemunhar o escrito, pode ouvir os temas ou downloadar no link que segue. (7/20)

English:
Dissonant and chaotic, in other words, no tip for where to get this ”Black Cassette”! Indeed, the expression 'DIY' makes perfect sense here. There's Doom, Noise, lots of experimentation and a wink to Drone, all wrapped in a sonic amalgam, divided into six themes, that do not grab us, on the contrary! No thread, giving the impression that this is a patchwork where everything was attached to the pressure. There is one facet of a somewhat obscure to involve these songs (!), But even that is not enough to mitigate the hearings found that repeated: a job that will not go down in history.
Who wants to witness the writing, you can listen or download the themes on the link that follows. (7/20)