Dois anos após a
promissora demo que mostrou os Fatum Elisum ao mundo, eis que a banda de Rouen lança
o seu primeiro disco, através da britânica Aesthetic Death.
Ao longo destes 5
temas, ou melhor um intro e quatro longos temas, o que ressalta à primeira
vista é a inclusão de algumas mudanças do ponto de vista musical, fugindo da
toada funérea, extremamente densa e claustrofóbica, com Ende a deixar a sua
marca, num registo a roçar o desespero. Neste trabalho, as vocalizações são um
pouco mais diversas, mas sobressaem os registos limpos, quase declamatórios, removendo
para segundo plano essa agonizante libertação de palavras e urros selváticos,
esparsamente presentes em ‘The Twilight Prophet’, por exemplo.
Em ‘Homo Nihilis’,
apesar do ambiente não se encontrar menos desanuviado, a abordagem dos temas
vira-se para uma toada mais doom/death, bastante cadenciada, marcada por linhas
de guitarra simples e um ritmo forte de bateria, servindo de base para as
longas declamações de Ende, entre o inglês e o francês, com esporádicas
passagens pelo latim e grego, que nas vocalizações limpas conta com os
préstimos de Asgeirr, que também acumula funções no baixo. No meio destas
alterações, no nevoeiro dos temas, afloram reminiscências de Paradise Lost e My
Dying Bride, principalmente ao nível da voz, e dos Reverend Bizarre na vertente
sonora, sem esquecer os Evoken ou os Mourning Beloveth (nos seus trabalhos mais
recentes).
Com excepção de
'Pulvis Et Umbra Sumus', uma curta introdução de um minuto, muito similar à
presente na demo de estreia 'Fatum Elisum', todos os temas andam acima dos quinze
minutos de duração, mas a simplicidade empregue nas composições mantêm estes
exercícios interessantes do princípio ao fim, muito por culpa de um trabalho
mais apurado entre guitarras acústicas e eléctricas, atingindo em alguns
momentos algo de épico.
A
produção é simples mas eficaz, dando coesão a um disco que, perante um trabalho
menor, seria de muito mais difícil audição e qualquer receio inicial sobre o
representante desaparece dentro de alguns minutos da primeira pista. 'Homo
Nihilis' é um trabalho competente e consegue ter momentos pungentes, mas ainda
falta algo que demonstre que o investimento total aqui mereceu inteiramente o
seu resultado. (14.2/20)
English:
Two
years after their promising demo that showed Fatum Elisum to the world, behold
the band of Rouen releases his first album by Aesthetic Death, a British label.
Throughout
these five tracks, or rather an intro and four themes, which highlights at
first glance is the inclusion of some changes in terms of musical, fleeing the
funereal tune, extremely dense and claustrophobic, with Ende to make his mark
in a register to skim despair. In this work, the vocals are a bit more diverse,
but excel records clean, almost declamatory, doing almost forget this agonizing
release of words and savage yells, sparsely present in 'The Twilight Prophet',
for example.
In
Homo Nihilis', although the ambient is not less unclouded, dealing with the topic
turns to a tune more doom/death, very rhythmic, marked by simple guitar lines
and a strong rhythm of drums, providing the basis for the long declamations of Ende,
between English and French and occasional passages in Latin and Greek, which
features clean vocals on the services of Asgeirr, which also accumulates the
bass functions. In the centre of these changes, in the fog of topics, flourish
reminiscent of Paradise Lost and My Dying Bride, mainly in terms of voice, and
the sound looks like Reverend Bizarre in part, without forgetting Evoken or
Mourning Beloveth (in their more recent work).
With
the exception of 'Pulvis Umbra Et Sumus', a short introduction of a minute, very
similar to the demo debut 'Fatum Elisum', all songs walking up the fifteen
minutes long, but the simplicity employed in the compositions hold these
exercises interesting from beginning to end, by the fault of a much finer work
between acoustic and electric guitars, at times reaching something epic.
The
production is simple but effective, giving cohesion to a disc, before a work of
lesser quality would be much harder to be heard and any initial fear about the
representative disappears within a few minutes of the first track. Homo
Nihilis' is a competent job and manages to have emotional moments, but still
lack something that shows that total investment here fully deserved their
result. (14.2/20)
Tracklist:
01. Pulvis Et Umbra
02. The Pursuit Of Sadness
03. The Twilight Prophet
04. Homo Nihilis
05. East Of Eden
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