Já não é novidade nenhuma que, a nível musical, as composições de hoje olham muito para o passado; o retro está na moda, de facto. E, portanto, não é de estranhar que comecem a pulular por esse mundo fora dezenas de projectos que vão beber às décadas de 60 e 70, prestando culto ao psicadelismo e ao legado sabbathiano, que depois se misturam com influências mais recentes (leia-se, desde já, uma adoração pelos Electric Wizard).
Pois, estes franceses Huata encaixam bem no cenário atrás descrito, revelando um álbum de estreia carregadinho de peso, fumo e arestas vivas, agrestes, esperando por seguidores e ouvintes que se deixam enfeitiçar como se estivessem no meio de um ritual de adoração a forças diabólicas, em que a segunda metade de 'Thee Imperial Wizard' e 'Testi sum Capri' serão a banda-sonora perfeita para essa celebração.
Este, não será um álbum difícil para quem está familiarizado com as ondas do stoner/doom, encontrando por aqui mais um belo motivo de regozijo para mostrar que ainda se produzem algumas coisas boas e que a fonte Electric Wizard continua a povoar as lides musicais de muito boa gente; embora nos caso dos Huata não estejamos perante uma cópia chapada de um 'Witchcult Today', por exemplo, dada a vontade de criar algo com um cunho próprio sem colocar em cheque a sua identidade.
Assim, 'Atavist of Mann' acaba por ser um trabalho que, não trazendo surpresas também está longe de ser uma desilusão ou um longo déjà vu, sendo capaz de proporcionar um bom bocado e mostrar uma banda sabedora do caminho que quer fazer. (13.9/20)
Tracklist:
01. Lords of the Flame
02. Operation Mistletoe
03. Thee Imperial Wizard
04. Testi sum Capri
05. Templars of the Black Sun
06. Fall of the 4th
Nenhum comentário:
Postar um comentário