terça-feira, 20 de novembro de 2012

Ufomammut - Oro:Opus Primum/Oro: Opus Alter

O lento crescendo de 'Empireum' vai inundando a nossa sala e tomando conta dos sentidos, numa toada hipnótica, marcando o regresso da banda de Tortona aos discos, após o incontornável 'Eve', uma obra maior na discografia dos Ufomammut.
'Oro: Opus Primum' entra assim, de mansinho com mais uma mão cheia de temas que, certamente, nos irão colocar à prova, pois nem tudo é imediato, linear e muito menos simples na sua música.
Há pontos de contacto com o seu antecessor e até ao final do tema de abertura isso parece-nos claro, mas é com 'Aureum' que as coisas começam a tomar rumos ligeiramente diferentes e, ao mesmo tempo, um pouco difusos, uma neblina que se vai instalando e não nos permite vislumbrar que caminho querem seguir. As malhas não são desgarradas, perdidas, desconexas, mas sente-se a necessidade de fugir à cópia e comparação com o passado. Os temas fluem, os ritmos lentos, secos e duros e a repetição quase até à exaustão estão lá; os efeitos, samples e vozes minimais fazem o seu trabalho. Tudo isto corresponde a um peso colossal, como já é hábito, mas fica a sensação de alguma descontinuidade que só é suprimida com 'Oro: Opus Alter', que chega uns meses mais tarde. (13.8/20)
Não, não estamos perante o irmão gémeo de 'Opus Primum', mas antes a sua continuação. A par do pormenor de um claro jogo de palavras presente nos títulos destes cinco novos temas, verifica-se um pormaior, ou seja, uma abordagem mais directa, com riffs monolíticos avassaladores (a recta final de 'Oroborus' é de nos pôr em sentido), sem perdas de tempo com «esquisitices», sem tornar as coisas demasiado cerebrais, mas mantendo uma interligação entre os andamentos, conferindo-lhe uma dimensão mais próxima comparativamente ao seu passado recente. Orgânico e visceral, talvez sejam os adjectivos que melhor se adequem para definir este novo conjunto de «orações», sem deixar de destacar 'Sulphurdew' e a já referida 'Oroborus', momentos de maior inspiração, evocativos da grande qualidade que esta banda tem e da sua capacidade para escrever paisagens sonoras demolidoras.
Muito se tem escrito acerca do timming de lançamento destes dois registos, mas independentemente dessa lana caprina importa salientar que, embora diferentes em algum do seu conteúdo, conjugados, 'Opus Primum' e 'Opus Alter' não infligem mácula no som dos Ufomammut, cimentando a sua posição de destaque no panorama da música extrema.
Agora, ouçam tudo de uma assentada, bem alto, e fiquem com a cabeça a andar à roda. (16.3/20)

English:
The slow growing of 'Empireum' is flooding our room and taking control of the senses, with an hypnotic tune, marking the return of Tortona`s band to records, after the unavoidable 'Eve', a foremost work in the discography of Ufomammut.
'Oro: Opus Primum' comes so softly over a handful of tracks that certainly will test us, because everything is not quiet immediate, linear and much less simple in their music.
There are points of contact with his predecessor and it seems clear to us until the end of the opening theme, but with 'Aureum' things start to take slightly different paths and at the same time, a little fuzzy, a fog that is installing and will not allow us to discern which path they want to follow. The tracks are not stray, lost, disconnected, but feels the need to escape to copy and comparison with the past. The tunes flow and all the slow rhythms, dry and hard and almost repeated until exhaustion are there; effects, samples and minimal voices do their job. All this represents a colossal heaviness, as has become customary, but gets the feeling that some discontinuity is only suppressed with 'Oro: Alter Opus', which comes a few months later. (13.8/20)
No, we are not facing the twin brother of 'Opus Primum', but rather its extension. Alongside the detail of a clear game of words present in the titles of these new five tunes, there is a much more direct approach, with overwhelming monolithic riffs (the final run of 'Oroborus' put us unwinking ) without wasting time with 'oddities', without making things too intellectual, but maintaining a connection between the movements, giving them a closer dimension comparatively to its recent past. Organic and visceral, these adjectives are perhaps well-suited to define this new set of "prayers", while highlighting 'Sulphurdew' and the abovementioned 'Oroborus', moments of special inspiration, evocative of the great quality of this band and their ability to write devastating soundscapes.
Much has been written about the timing of release of these two records, but regardless of this wool goats what really matters, although some difference in some of its content, combined, 'Opus Primum' and 'Opus Alter' do not inflict any stain in the sound of Ufomammut, cementing its position in the extreme music scene.
Now listen all at once, loud, and stay with your head to spin. (16.3/20)


Tracklists:

                               Oro: Opus Primum                  Oro: Opus Alter
                               01. Empireum                          01. Oroborus
                               02. Aureum                               02. Luxon
                               03. Infearnatural                      03. Sulphurdew
                               04. Magickon                            04. Sublime
                               05. Mindomine                         05. Deityrant






Links: http://www.ufomammut.com/
            http://www.facebook.com/pages/UFOMAMMUT/83336386071
            http://www.youtube.com/user/malleusdelic

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