Os Grime, são um quarteto que nos chega de Trieste, na Itália e praticam uma sonoridade que tanto deve aos Black Sabbath como aos Eyehategod ou Sourvein, só para citar os casos mais imediatos; ou seja, para os mais distraídos, informa-se que navegam pelas águas bem lodosas do sludge/doom metal na sua vertente mais crua e suja, embora mantenham sempre à vista a melodia, garantindo desta forma o equilíbrio necessário, que lhes granjeou a atenção da britânica Mordgrimm, através da qual veêm lançado este seu trabalho de estreia - embora, desde meados do ano passado, pudesse ser escutado e comprado em formato digital, via bandcamp.
É certo que a fórmula sludge/doom já conheceu melhores dias, há muito deixou de ser novidade, encontra-se num patamar de sobrexposição e já tem a sua colheita de trabalhos icónicos, digamos, mas não podemos deixar de apreciar um bom disco e dizê-lo condicionados pelo anteriormente referido. Se trazem algo de novo ou se irão deixar a sua marca na história da música, isso já será outra conversa. E este registo de estreia dos Grime acaba por ser um bom exemplo disso mesmo: em pouco mais de meia hora, condensam riffs duros e sujos com ritmos lentos, a que se junta uma vocalização tipicamente do género. Temas como 'Self-Contempt' ou 'Charon' evidenciam qualidade, mostram bem as linhas com que a banda se cose, conseguindo agarrar o ouvinte e dar-lhe uns valentes abanões, mas no final fica um ligeiro travo a pouco, que faltava ali pelo meio algo que garantisse uma outra dimensão a este conjunto de temas.
Longe de ser um trabalho medíocre, este debut apesar de não trazer novidades proporciona bons momentos durante a sua audição, mas espera-se, para breve segundo a banda, por algo com mais substância de modo a garantir um longo tempo na playlist e a provocar-nos uma feliz dor de cabeça. (12.2/20)
Tracklist:
01 - Self-Contempt / 02 - The Journey / 03 - Charon / 04 - Chasm / 05 - Born Sick / 06 - Wife-Beater
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