sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Doom10+ - Dezembro

O Temple Of Doom Metal inicia, este mês, uma rúbrica - chamemos-lhe assim -, que irá permitir conhecer e dar a conhecer  alguns dos álbuns de eleição, dentro deste género, de alguns convidados que se encontram ligados à cena metálica nacional. Ao mesmo tempo, na senda de um certo dinamismo que se pretende neste espaço, esta constituirá uma forma do blog abrir-se à participação de mais pessoas, através destes contributos e dos comentários/discussões que daí surjam.
Com periodicidade mensal, uma personalidade irá elencar o seu top 10+ em relação a trabalhos de Doom e derivados e discorrer, em algumas linhas, sobre os seus 3 preferidos.
Poderá ser do gosto de novatos e veteranos.

Tem honras de abertura desta novel demanda o Paulo Figueiredo, administrador do blog de metal Event Horizon (http://www.eventhorizon-space.blogspot.com/)!!


1. My Dying Bride - «Turn Loose the Swans» (1993)




Falar do «Turn Loose the Swans» é falar no meu absoluto álbum preferido. Um disco que funciona como uma ponte entre o Doom-Metal clássico de uns Candlemass, Saint Vitus e Cathedral e o Doom Death-Metal que o triunvirato britânico da Peaceville formado por Paradise Lost, Anathema e My Dying Bride inventou. «Turn Loose the Swans» é um disco absolutamente perfeito que reúne um artwork soberbo, música sublime condimentada com um instrumento (violino) até aí nunca experimentado no Doom-Metal, conteúdo lírico a versar sobre morte, amor, sexo e religião, autoria do vocalista Aaron Stainthorpe, com uma profundidade poética também até aí nunca utilizada no Metal. «Turn Loose the Swans» é sinónimo de negro romantismo, raiva e absoluta depressão, sentimentos presentes em temas como «The Crown Of Sympathy», «The Snow In My Hand» e «Black God». E não é isto precisamente que o Doom-Metal representa?

2. Candlemass - «Epicus Doomicus Metallicus» (1986)



Proferir os Candlemass como os pais do Doom Metal pode ser uma decisão tão acertada quanto enganadora. Isto porque os suecos estão directamente ligados ao legado deixado pelos Black sabbath, Trouble ou Saint Vitus e por outro lado talvez não tenham sido tão bem sucedidos como os britânicos My Dying Bride, que por sua vez derivam o seu Doom para paisagens Death Metal e Góticas. Esta discussão daria "pano para mangas", mas aqui pretende-se falar deste colosso de música depressiva que é «Epicus Doomicus Metallicus». Os acordes inicias de «Solitude» são para quem os ouve inesquecíveis à primeira e os Candlemass apresentam-se ao mundo da melhor maneira possível com um hino que eu gostaria de ouvir no meu último suspiro de vida. Johan Langquist é ainda aqui o vocalista dos Candlemass, e apenas precisou de um único disco para deixar a sua marca indelével no Heavy-Metal. Principalmente em «Under The Oak» uma música soberba e em «A Sorcerer's Pledge» cujo assombroso final atira-nos para um vazio inqualificável que nos faz repetir a experiência fantástica que é «Epicus Doomicus Metallicus».

3. Black Sabbath - «Black Sabbath» (1970)


Previamente denominados por Earth, Ozzy Osbourne, Tommi Iommi, Geezer Butler e Bill Ward lançaram-se aos estúdios Trident em Londres e durante três dias gravaram e editaram por apenas 600 libras o seu homónimo e primeiro trabalho. Quando lançado, este ocupou rapidamente os primeiros lugares da tabela de vendas britânica ao lado de ilustres como Beatles, The Who ou Simon And Garfunkel. Nesta altura poucos utlilizavam as guitarras como eles, apenas Jimmy Hendrix, Led Zeppelin e poucos mais. O visual negro, as letras obscuras e a famosa cruz invertida do booklet do disco trouxeram algum protagonismo aos Black Sabbath exagerado pela editora da altura, a Vertigo, na tentativa de publicitar o quarteto da forma que mais convinha. Mas a música até falava mais alto...
A mística introdução com «Black Sabbath», os seus sinos e tempestade com Ozzy a proclamar "What is this that stands before me?" tornou-se numa frase marcante assinalando como que o inicio do Heavy-Metal. A diabólica passagem de «N.I.B»: "My name is Lucifer, please take my hand" tornou-se um va-de-retro para os puristas da altura que bradavam aos sete ventos que este estilo de música assumia uma postura satânica... de facto até era mais ou menos verdade! A apetência de Bill Ward para a prática de artes obscuras e o fascínio pelo "lado negro" ajudaram ao rótulo de satânicos para os Black Sabbath. Mais do que um excelente disco (ainda hoje!) Black Sabbath marca o inicio do Heavy-Metal, posteriormente do Doom-Metal e foi o primeiro de uma carreira plena de sucesso até ao abandono de Ozzy Osbourne.

4. Paradise Lost - «Gothic» (1990)
5. Cathedral - «Forest of Equilibrium» (1991)
6. Dolorian - «When All The Laughter Has Gone» (1999)
7. Saint Vitus - «Born Too Late» (1986)
8. Morgion - «Solinari» (1999)
9. Neurosis - «A Sun That Never Sets» (2001)
10. Mourning Beloveth - «A Disease For The Ages» (2006)

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