Depois dos verdadeiros petardos que foram "Blessed Black Wings" e "Death Is This Communion", de 2005 e 2007, respectivamente, as expectativas em torno deste novo lançamento eram elevadas. De facto, o trio comandado por Matt Pike já conseguiu o seu espaço nesta encarnação e nos anais da história do rock, mas tememos que não venha a ser devido a este "Snakes For The Divine". A energia está lá, o poder da voz de Matt continua no estilo que sempre lhe conhecemos e a parte instrumental também não oferece a que se lhe faça grande reparo. O que realmente «tolhe» um pouco o registo é a produção que teve. Depois das experiências com Steve Albini e Jack Endino, pela ordem de lançamentos indicada, desta vez foi Greg Fidelman ("World Painted Blood", dos Slayer, por exemplo) o senhor da cadeira por detrás dos botões e o que se nota, principalmente, é a perda de um pouco de força do som da banda, ou seja, a guitarra não atinge o som demolidor que se lhe reconhece, a secção rítmica estonteante e endiabrada de outros tempos aqui está mais abafada e o registo vocal, igualmente, sofre com alguma falta de efeitos ou distorção. Um tema que foge um pouco a este padrão, talvez pelas suas características naturais, é "Ghost Neck".
Não é que este trabalho tenha sido sacrificado pela produção, pelo contrário; "Frost Hammer", "Blood Samurai" ou "How Dark We Pray" são faixas que, por si só, são válidas o suficiente e farão as delícias de quem assistir aos concertos da banda de S. Francisco, só que, no final, fica um ligeiro sabor a amargo e a questionarmo-nos se este não poderia ser o novo melhor álbum dos High On Fire. (13/20)
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