Este blog tem como único propósito a divulgação de um sub-género musical dentro da esfera do metal: o doom metal e as suas mais diversificadas vertentes.
Todos os links aqui apresentados remetem para outros "sítios" onde poderão encontrar mais informações e ouvir músicas das bandas que aqui vamos dando a conhecer.
Se gostarem do que ouvem, apoiem as bandas, comprem os seus artigos.
INTERROGATIO >
SUUM CUIQUE TRIBUERE
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Quem
dá de caras - ou de ouvidos - com o primeiro álbum dos portugueses Katabatic,
nem se apercebe que a banda votou-se ao silêncio nestes últimos anos, após o
lançamento do EP 'Vago', dada a entrada em media-res
com 'Wonder-Room', um tema pujante, com uma grande cadência rítmica e apostado
em segurar o ouvinte durante os 45 minutos seguintes, administrando-lhe uma
bela dose de post-rock, bem na veia de uns Explosions In The Sky que se
encontram no mesmo estúdio com os Mono e os Isis e decidem fazer umas jams.
Pois
bem, o quarteto lisboeta explora todas estas vertentes e mescla-as de forma bem
interessante e dá-lhe um cunho pessoal, que pode bem vir a ser o ponto
diferenciador no futuro entre os seus trabalhos e os de variadíssimas bandas
medianas que pululam por esse mundo fora.
O
nível do álbum mantém-se bastante constante, interessante, sem temas que ganhem
muito destaque e sem fillers, dando a
impressão de existir uma inter-ligação, um fio condutor comum a todos os temas,
o que acaba por ser uma característica dos registos deste tipo.
'Heavy
Water' aposta um pouco mais em temas fortes, com guitarras mais 'à frente',
apoiadas numa secção rítmica segura e que responde à exigência destas composições.
Estes momentos são contrabalançados por passagens mais calmas, onde pontificam
as guitarras limpas, capazes de nos transportar em pequenas viagens através das
suas notas delicadas, de crescendos, de alguns efeitos que aqui e ali polvilham
esta trama; e nela nos deixamos enredar até que 'Abandónica' chega ao fim e nos
pousa no chão ao mesmo tempo que nos convida para a «urgência» de
'Wonder-Room'.
Válido, muito válido e
para degustar durante longo tempo. (14.8/20)
Longa se tornava a espera. Longa, no sentido temporal. Longa, na expectativa do passo seguinte a 'A Caress Of The Void'. Longa, pela ausência de um dos pilares do movimento funeral doom.
A espera chegou ao fim. Resultado: oito temas. Oito temas? Não. Oito momentos nos deixam de queixo caído logo à primeira audição, mostrando uns Evoken de volta à excelente forma - a enorme qualidade dos seus álbuns nunca se discutiu, embora 'A Caress Of The Void' não tenha conseguido na plenitude o fulgor de 'Quietus' ou 'Antithesis Of Light' -, levando-nos, desde já, a admitir que este quinto longa-duração entrará directamente para o grupo de clássicos da banda e de todo o movimento musical no qual se inserem. Para que as dúvidas se dissipem - ou certezas se confirmem -, escutem 'Grim Eloquence' e, a fechar, 'Into Aphotic Devastation' e poderão verificar que a coesão, qualidade de composição e sentido de melodia continuam imaculadas, sem perder uma ponta da agrura e aspereza presente em registos anteriores, sem comprometer um milímetro que seja a identidade do quinteto de Nova Jérsia. E não ficam por terrenos conhecidos; nunca foi esse o seu apanágio. Aqui, regista-se mais um passo em frente, com as teclas a ganharem mais força, contribuindo em grande parte para aquele ambiente melancólico e, ao mesmo tempo, extremamente depressivo e pútrido que a banda tão bem consegue concretizar. Os temas continuam a encaixar muito bem com a voz de John Paradizo, nos seus diferentes registos, que mais uma vez faz-se acompanhar por um punhado de textos bem negros, onde a vida rasteja no mais vil caminho lamacento.
Em suma, quem já sabe 'do que a casa gasta', ficará muito feliz com Atra Mors e para quem este é o primeiro contacto com os Evoken acreditamos que andará azoado das ideias bastante tempo. Por aqui, um dos lugares do pódio já deve estar atribuído.
Ah!..., e a Profound Lore não poderia ter melhor álbum para comemorar o seu 100º lançamento. (18.4/20)
Dois anos após a
promissora demo que mostrou os Fatum Elisum ao mundo, eis que a banda de Rouen lança
o seu primeiro disco, através da britânica Aesthetic Death.
Ao longo destes 5
temas, ou melhor um intro e quatro longos temas, o que ressalta à primeira
vista é a inclusão de algumas mudanças do ponto de vista musical, fugindo da
toada funérea, extremamente densa e claustrofóbica, com Ende a deixar a sua
marca, num registo a roçar o desespero. Neste trabalho, as vocalizações são um
pouco mais diversas, mas sobressaem os registos limpos, quase declamatórios, removendo
para segundo plano essa agonizante libertação de palavras e urros selváticos,
esparsamente presentes em ‘The Twilight Prophet’, por exemplo.
Em ‘Homo Nihilis’,
apesar do ambiente não se encontrar menos desanuviado, a abordagem dos temas
vira-se para uma toada mais doom/death, bastante cadenciada, marcada por linhas
de guitarra simples e um ritmo forte de bateria, servindo de base para as
longas declamações de Ende, entre o inglês e o francês, com esporádicas
passagens pelo latim e grego, que nas vocalizações limpas conta com os
préstimos de Asgeirr, que também acumula funções no baixo. No meio destas
alterações, no nevoeiro dos temas, afloram reminiscências de Paradise Lost e My
Dying Bride, principalmente ao nível da voz, e dos Reverend Bizarre na vertente
sonora, sem esquecer os Evoken ou os Mourning Beloveth (nos seus trabalhos mais
recentes).
Com excepção de
'Pulvis Et Umbra Sumus', uma curta introdução de um minuto, muito similar à
presente na demo de estreia 'Fatum Elisum', todos os temas andam acima dos quinze
minutos de duração, mas a simplicidade empregue nas composições mantêm estes
exercícios interessantes do princípio ao fim, muito por culpa de um trabalho
mais apurado entre guitarras acústicas e eléctricas, atingindo em alguns
momentos algo de épico.
A
produção é simples mas eficaz, dando coesão a um disco que, perante um trabalho
menor, seria de muito mais difícil audição e qualquer receio inicial sobre o
representante desaparece dentro de alguns minutos da primeira pista. 'Homo
Nihilis' é um trabalho competente e consegue ter momentos pungentes, mas ainda
falta algo que demonstre que o investimento total aqui mereceu inteiramente o
seu resultado. (14.2/20)
English:
Two
years after their promising demo that showed Fatum Elisum to the world, behold
the band of Rouen releases his first album by Aesthetic Death, a British label.
Throughout
these five tracks, or rather an intro and four themes, which highlights at
first glance is the inclusion of some changes in terms of musical, fleeing the
funereal tune, extremely dense and claustrophobic, with Ende to make his mark
in a register to skim despair. In this work, the vocals are a bit more diverse,
but excel records clean, almost declamatory, doing almost forget this agonizing
release of words and savage yells, sparsely present in 'The Twilight Prophet',
for example.
In
Homo Nihilis', although the ambient is not less unclouded, dealing with the topic
turns to a tune more doom/death, very rhythmic, marked by simple guitar lines
and a strong rhythm of drums, providing the basis for the long declamations of Ende,
between English and French and occasional passages in Latin and Greek, which
features clean vocals on the services of Asgeirr, which also accumulates the
bass functions. In the centre of these changes, in the fog of topics, flourish
reminiscent of Paradise Lost and My Dying Bride, mainly in terms of voice, and
the sound looks like Reverend Bizarre in part, without forgetting Evoken or
Mourning Beloveth (in their more recent work).
With
the exception of 'Pulvis Umbra Et Sumus', a short introduction of a minute, very
similar to the demo debut 'Fatum Elisum', all songs walking up the fifteen
minutes long, but the simplicity employed in the compositions hold these
exercises interesting from beginning to end, by the fault of a much finer work
between acoustic and electric guitars, at times reaching something epic.
The
production is simple but effective, giving cohesion to a disc, before a work of
lesser quality would be much harder to be heard and any initial fear about the
representative disappears within a few minutes of the first track. Homo
Nihilis' is a competent job and manages to have emotional moments, but still
lack something that shows that total investment here fully deserved their
result. (14.2/20)
Volvido mais um ano, cá estamos para assinalar esta nefasta data. Ao longo destes três anos muita coisa aconteceu, boa e menos positiva, crescemos, às vezes um pouco mais do que estávamos à espera, decidimos refrear um pouco esse mesmo crescimento e medir a ambição. Mas sempre nos esforçamos por tentar manter as coisas frescas, ou pouco podres - conforme os gostos - e, acima de tudo, tentar dar um pouco mais de visibilidade a este género musical com especial enfoque nos projectos nacionais emergentes e afirmados no panorama metálico.
Perídos houve de letargia, torpor, indefinição e quase ausência, mas houve sempre algo que nos impeliu para continuar este longo rosário, dando sentido ao templo.
Por
isso mesmo, aqui estamos hoje, com renovados votos e esperanças, mas
acima de tudo para expressar que as portas do Temple Of Doom Metal
continuarão a estar abertas, porque este lento doom ainda tem muito para
vos oferecer.
E por que os últimos são sempre os primeiros, não poderíamos deixar este dia passar sem endereçarmos uma palavra a quem nos apoia, ajuda, lê, critica e ignora: muito obrigado por estarem aí! Este projecto ainda tem pernas
para andar e crescer.
A todos os que têm participado, através das
variadíssimas formas na construção deste espaço e ao grupo que tem
sido a alma do templo ao longo destes três anos de actividade, o nosso sincero muito obrigado.