Mostrando postagens com marcador Funeral Doom Metal. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Funeral Doom Metal. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Ab Reo Dicere: Dawnrider + Old Sorcery + Shadowgrave

Dawnrider - Doom Over Invicta (Live 19.3.10)
Após o lançamento do muito bem recebido 'Two', os Dawnrider encetaram um conjunto de concertos de promoção a esse registo. Assim, em 'Doom Over Invicta' não é de estranhar uma maioria de temas desse álbum, mas se olharmos para a setlist com maior atenção 'Alpha Chapter' continua a estar bem presente - onde estão algumas das melhores malhas da banda. Esta é, também, a amostra do poder deste quarteto ao vivo, sem make up ou photoshop, demonstrando toda a sua crueza, num momento em que F. J. Dias & Ca. atravessavam um excelente momento de forma.
Depois da «conquista» da Invicta, no final, surgem dois «tesourinhos», para quem não teve hipótese de adquirir o split com os War Injun - pronto, ok, 'Walking Blind' já teve reedição posterior, mas um pouco mais polido... -, acabando por compôr um ramalhete já de si bastante atractivo, antes da chegada do novo registo de estúdio. (14/20)

Tracklist:
01. Divinity Revealed
02. Redemption
03. Evil Deeds
04. Queen of the Mountain 
05. Keep on Riding
06. Irinia
07. Drum Solo
08. Eagles Flying
09. Walking Blind / Poison so Mean





Old Sorcery - Depths Of Perversion (Demo)

Os portuenses Old Sorcery cospem a sua primeira catarse pela mão da Bubonic Productions. Para os que acompanham os lançamentos desta label, já está tudo dito. Para quem faz tenção de mergulhar neste poço de podredo, negro como breu, prepare-se porque vai entrar num dos espaços mais recônditos do underground português. Os dois temas que compõem esta demo encaixam que nem uma luva no título da mesma, 'Depths Of Perversion'. De facto, a partir do momento em que começa a ribombar nas colunas 'The Fucking Witches Killed Me', parece que fomos atirados para um qualquer cenário doentio, purulento, do qual não temos retorno possível. Aí, somos trucidados por esta experiência sónica que nos deixa a alma um pouco mais negra, mas pouco mais que isso. 'The Fucking...' e 'Another Void Is Needed' são dois exercícios que mais parecem duas jams registadas a horas impróprias e tocadas em avançado estado ébrio, sem grandes regras ou alinhavanços, não resultando daí muito por onde pegar; ou melhor, algo que nos fique para memória futura. Quase que apetece dizer: underground mais underground, não há. (9.5/20)

Tracklist:
01. The Fucking Witches Killed Me 
02. Another Void Is Needed




Shadowgrave - The Aftermath (EP)

Portugal viu nascer durante o ano que corre mais um projecto que abraça as correntes da amargura e laceração e tem mostrado uma grande actividade, pelo menos a nível discográfico. Os Aftermath chegam-nos do Porto e apresentam-se com cinco temas alicerçados no doom, mas também não enjeitam algumas incursões no death metal. 'The Aftermath' demonstra o que muitos trabalhos debutativos evidenciam: alguma crueza e ideias a necessitarem de serem mais consistentes e trabalhadas, para além de uma enorme vontade de «mostrar trabalho». Em todo o caso, estes temas poderiam ganhar com uma produção mais efectiva, que desse um pouco mais de corporalidade a estas composições e, ao mesmo tempo, alguma da frieza que não se enquadra em lançamentos relacionados com este género. No entanto, 'The Aftermath' ou 'Lugubrious Silence' acabam por serem propostas que bem podem servir de apresentação desta banda no underground nacional e pontos de partida para algo mais. (10.7/20)

Tracklist:
01. Equal Sentence
02. The Aftermath
03. Lugubrious Silence 
04. The Last Empire
05. Unequal Judgement



quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Fatum Elisum - Homo Nihilis (2011)


Dois anos após a promissora demo que mostrou os Fatum Elisum ao mundo, eis que a banda de Rouen lança o seu primeiro disco, através da britânica Aesthetic Death.
Ao longo destes 5 temas, ou melhor um intro e quatro longos temas, o que ressalta à primeira vista é a inclusão de algumas mudanças do ponto de vista musical, fugindo da toada funérea, extremamente densa e claustrofóbica, com Ende a deixar a sua marca, num registo a roçar o desespero. Neste trabalho, as vocalizações são um pouco mais diversas, mas sobressaem os registos limpos, quase declamatórios, removendo para segundo plano essa agonizante libertação de palavras e urros selváticos, esparsamente presentes em ‘The Twilight Prophet’, por exemplo.
Em ‘Homo Nihilis’, apesar do ambiente não se encontrar menos desanuviado, a abordagem dos temas vira-se para uma toada mais doom/death, bastante cadenciada, marcada por linhas de guitarra simples e um ritmo forte de bateria, servindo de base para as longas declamações de Ende, entre o inglês e o francês, com esporádicas passagens pelo latim e grego, que nas vocalizações limpas conta com os préstimos de Asgeirr, que também acumula funções no baixo. No meio destas alterações, no nevoeiro dos temas, afloram reminiscências de Paradise Lost e My Dying Bride, principalmente ao nível da voz, e dos Reverend Bizarre na vertente sonora, sem esquecer os Evoken ou os Mourning Beloveth (nos seus trabalhos mais recentes).
Com excepção de 'Pulvis Et Umbra Sumus', uma curta introdução de um minuto, muito similar à presente na demo de estreia 'Fatum Elisum', todos os temas andam acima dos quinze minutos de duração, mas a simplicidade empregue nas composições mantêm estes exercícios interessantes do princípio ao fim, muito por culpa de um trabalho mais apurado entre guitarras acústicas e eléctricas, atingindo em alguns momentos algo de épico.
A produção é simples mas eficaz, dando coesão a um disco que, perante um trabalho menor, seria de muito mais difícil audição e qualquer receio inicial sobre o representante desaparece dentro de alguns minutos da primeira pista. 'Homo Nihilis' é um trabalho competente e consegue ter momentos pungentes, mas ainda falta algo que demonstre que o investimento total aqui mereceu inteiramente o seu resultado. (14.2/20)


English:


Two years after their promising demo that showed Fatum Elisum to the world, behold the band of Rouen releases his first album by Aesthetic Death, a British label.
Throughout these five tracks, or rather an intro and four themes, which highlights at first glance is the inclusion of some changes in terms of musical, fleeing the funereal tune, extremely dense and claustrophobic, with Ende to make his mark in a register to skim despair. In this work, the vocals are a bit more diverse, but excel records clean, almost declamatory, doing almost forget this agonizing release of words and savage yells, sparsely present in 'The Twilight Prophet', for example.
In Homo Nihilis', although the ambient is not less unclouded, dealing with the topic turns to a tune more doom/death, very rhythmic, marked by simple guitar lines and a strong rhythm of drums, providing the basis for the long declamations of Ende, between English and French and occasional passages in Latin and Greek, which features clean vocals on the services of Asgeirr, which also accumulates the bass functions. In the centre of these changes, in the fog of topics, flourish reminiscent of Paradise Lost and My Dying Bride, mainly in terms of voice, and the sound looks like Reverend Bizarre in part, without forgetting Evoken or Mourning Beloveth (in their more recent work).
With the exception of 'Pulvis Umbra Et Sumus', a short introduction of a minute, very similar to the demo debut 'Fatum Elisum', all songs walking up the fifteen minutes long, but the simplicity employed in the compositions hold these exercises interesting from beginning to end, by the fault of a much finer work between acoustic and electric guitars, at times reaching something epic.
The production is simple but effective, giving cohesion to a disc, before a work of lesser quality would be much harder to be heard and any initial fear about the representative disappears within a few minutes of the first track. Homo Nihilis' is a competent job and manages to have emotional moments, but still lack something that shows that total investment here fully deserved their result. (14.2/20)


Tracklist:

01. Pulvis Et Umbra
02. The Pursuit Of Sadness
03. The Twilight Prophet
04. Homo Nihilis
05. East Of Eden



segunda-feira, 25 de junho de 2012

Ea - Ea (2012)

É com um piano sorumbático, onde as notas soltas ecoam placidamente, que inicia a nova proposta desta entidade obscura e misteriosa que dá pelo nome de Ea. Sob esse piano, um ruído surdo enegrece o cenário, desde esses primeiros segundos, acabando tudo por eclodir numa explosão de guitarras que fazem chorar as pedras da calçada, lancinantes, ritmos fortes mas lentos e teclados que mais não são do que a voz de uma morte qualquer que percorre, na sua negra altivez, um cenário desolador, em busca de um derradeiro sopro de vida.
Ao longo deste tema, com mais de 47 minutos, o projecto não se desvia um milímetro da sua matriz funérea e durante a sua audição, que nunca chega a tornar-se cansativa ou desinteressante, sendo possível verificar um continuum dos elementos que pudemos testemunhar ao longo dos três primeiros trabalhos e, de certa forma, começaram a mostrar sinais de algum "cansaço" em 'Au Ellai'.
No entanto, neste trabalho homónimo, parece que houve algum rejuvenescimento a que não será alheia a abertura a alguns momentos mais desafiantes, conseguindo dar uma certa aura de grandiosidade a este 'Ea'. Após o referido prólogo, vamos de encontro a um dos momentos mais belos e marcantes, proporcionado por um "coro" envolto em teclados que nos remetem para uma qualquer celebração, atingindo níveis épicos. Após esse primeiro clímax, digamos, mergulhamos num longo período sonoramente típico deste projecto, embora sempre num nível interessante, onde se conjugam habilmente o peso do funeral doom, e as passagens mais atmosféricas que são imagem de marca dos Ea.
Esta situação só volta a mudar à entrada para os últimos 23 minutos, onde somos sacudidos dessa letargia, por uma toada quasi death metal, regressando minutos depois ao normal modus operandi, desta feita com direito a vocalizações e a um solo lá mais para a frente,  onde as teclas assumem um plano de destaque conduzindo-nos para o final, num embalo triste.
Já longe do impacto que teve 'Ea Taesse', este quarto álbum irá marcar pontos pelo facto de ser o mais equilibrado, o mais ambicioso, que mais declaradamente criou espaço para novas experimentações e, curiosamente, é o primeiro que não obedece a um conceito ou trilogia. (15.4/20)

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Towards Darkness - Barren (2012)

Que ondas funéreas são estas que nos chegam do Canadá, onde o horror parece ganhar contornos de belo? Pois é, nascidos das cinzas dos The Mass, os Towards Darkness pulsam vida cinco anos após a estreia 'Solemn'. Por essa altura, assistiu-se a uma viragem contundente na sonoridade da banda, renegando o sludge arrastadão e mergulhando nas negras águas do funeral doom, evidenciando um bom conjunto de ideias e deixando-nos com a legítima curiosidade de perceber até onde nos conseguiriam levar num futuro registo. Longa essa espera, mas eis que 'Barren' rompeu a densa neblina e traz-nos quatro temas carregadinhos de peso e belíssimas atmosferas, com as teclas a ganharem um enorme destaque, criando passagens etéreas que desembocam em ritmos lentos e fortes, numa cadência que abraça as guitarras pungentes e o baixo pulsante.
'The Arrival', é o tema ideal para nos ligar a este manancial de peso, carregado de escuridão e aridez, com um início em crescendo até à eclosão de um som esmagador, mostrando-nos que estão bem à vista as diferenças com o passado; ideias concisas, onde tudo surge no devido lugar sem a noção de que está ali para encher.
'Avenues Of Manipulation' demonstra o equilíbrio mais conseguido neste novo álbum, onde a face mais costumeira do funeral doom convive com as toadas atmosféricas, estendendo-se pelo tema seguinte, ''Holy... Dying... Lifting', que ao mesmo tempo funciona como um intermezzo para a derradeira 'Awakening', onde ao longo dos seus 18 minutos nos envolve no seu manto espesso, numa combinação bem curiosa que poderia resultar da junção de uns Explosions In The Sky com uns Neurosis, novamente num longo crescendo, mas que fica sempre ali muito próximo de algo mais, da catarse final.
Longe de estarmos perante algo novo ou refrescante, 'Barren' acaba por demonstrar que há algo para além de Shape Of Despair, Skepticism e toda a trupe que tem chegado de Leste, às vezes com uma qualidade sofrível.
Sim, é para ouvir novamente, sff! (15.4/20)

English:

What are these funereal waves reaching us from Canada, where the horror seems to take the shape of beautiful? Indeed, born from the ashes of The Mass, Towards Darkness beat life five years after the debut 'Solemn'. By that time, there was a striking shift in the sound of the band, denying the dragged sludge and plunging into the dark waters of the funeral doom, showing a good set of ideas and leaving us with legitimate curiosity to see how far they could take in registration in the future. This long wait, but behold, 'Barren' broke through the fog and brings us four themes loaded of weight and beautiful atmosphere with the keys (keyboard) to a very high gain, creating ethereal passages that lead to slow rhythms and strong, a cadence that embraces the poignant guitars and throbbing bass.
'The Arrival', is an ideal track for us to connect with this fountain of weight, full of darkness and dryness, with a start on growing until the eruption of a sound overwhelming, showing us that they are clearly visible to the differences with the past; concise ideas, where everything comes into place without the conception of what is there to fill.
'Avenues Of Manipulation' shows more balance achieved in this new album, where the face of the more customary funeral doom live with the atmospheric tunes, extending the next theme, ’Holy... Dying... Lifting', which simultaneously acts as a linkage for the ultimate 'Awakening', which over its 18 minutes involves us in his black cloak, a very curious combination that could result from a junction of Explosions In The Sky with some Neurosis band, again growing a long, but there is always very close to something else, the final catharsis.
Far from that we are not facing something new or refreshing, 'Barren' turns out to demonstrate that there is something beyond Shape Of Despair, Skepticism, and the entire troupe that has come from the East, sometimes with a average quality.
Yes, it is to hear again, if you please! (15.4/20)

        http://www.lastfm.fr/music/Towards+Darkness

domingo, 8 de janeiro de 2012

Esoteric - Paragon Of Dissonance (2011)

Escrever sobre este novo trabalho dos britânicos Esoteric afigura-se uma tarefa árdua depois do assombroso registo que foi 'The Maniacal Vale' e, quer queiramos ou não, irá existir sempre a comparação entre os dois, dado que em 2008 o colectivo de Birmingham atingiu um patamar bastante elevado, com aquele que é, para muitos, o opus magnum, o culminar de uma evolução sonora que principiou nos inícios da década de 90.
Não podemos negar que existem algumas semelhanças na estrutura dos dois álbuns: o facto de serem duplos, conterem o mesmo número de faixas e a até a duração total ser bastante próxima. No entanto, Greg Chandler e companhia souberam fugir ao facilitismo de nos apresentarem um 'The Maniacal Vale Pt. 2' ou um conjunto de temas com sabor a requentado, vivendo à sombra das glórias conquistadas. E isso nota-se, perfeitamente, logo nos segundos iniciais de 'Abandonment', em que somos transportados para um vácuo em que as paisagens que nos assomam à cabeça são áridas, vazias, onde o ribombar da música é a única presença e assim se prolonga pela hora e meia seguinte. A sequência prolonga-se com 'Loss Of Will', mais um tema magistral, daqueles que figurarão nos cânones da banda, quando forem uma lembrança, com toda a certeza, mostrando-nos que num estilo onde é tão difícil inovar como é o funeral doom, há sempre alguma margem de manobra para continuar a tornar as coisas interessantes, estimulantes, sem colocar em risco a identidade ou a sonoridade do colectivo.
Alguns dos temas mais longos espraiam-se na segunda rodela, e contribuem para a construção de mais um 'monstro', mais um trabalho que nos deixa colados à cadeira largos minutos após o seu término, ainda com a sensação que não saímos desse vácuo e os últimos, longos, compassos de 'A Torrent Of Ills' ainda actuam no nosso cérebro e fluem pelo nosso corpo.
Como dissemos nas primeiras linhas, as comparações saltam para o campo de análise e apesar de 'Paragon Of Dissonance' apontar alguns caminhos diferentes, fica ligeiramente aquém do que já fizeram, mas tem força mais que suficiente para viver por si só. Destes senhores, só esperamos nada mais do que trabalhos excelsos. (17.4/20)

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Abstract Spirit - Horror Vacui (2011)

Funeral Doom Metal, movimento III! 2011 vê o regresso dos moscovitas Abstract Spirit com mais um álbum, após a estreia 'Liquid Dimensions Change', de 2008, e 'Tragedy And Weeds' no ano seguinte. Quem já se cruzou - ou melhor, foi abalroado! -, com a sonoridade deste trio já sabe muito bem com o que pode contar, bastaria ler a primeira frase deste texto. Para os 'novatos', este 'Horror Vacui' acaba por ser a descoberta da banda no se u passo seguinte, ou seja, não é o aprimoramento da fórmula, com retoques aqui ou ali, mas um aprofundamento da sonoridade, com algumas novas tonalidades até aqui pouco exploradas.
A meia-dúzia de temas, mais o interlúdio de faceta ambiental 'Vigilae Mortuorum (Interludium)', que fazem parte deste trabalho parecem ainda mais lentos e guarnecidos de uma dimensão épica. Essa impressão fica logo patente na abertura, com 'Beyond Closed Eyelids', onde a par dos riffs imensos e incomensuravelmente pesados de M. Hater e da voz gutural cortesia de I. Stellarghost, surge uma maior incorporação de teclados e passagens de piano, permitindo aos temas respirarem da sua hipnótica e lenta violência, o que proporcionará ao ouvinte, por conseguinte, algum tempo para recuperar o fôlego antes de voltar a ser engolido por esta massa sonora gigantesca.
Ao longo deste 70 minutos, cai sobre nós uma negritude funérea, criando uma atmosfera doentia, comiserável, um monumento que se constrói lentamente, numa subtil e arrepiante progressão, dantesco que esbarra na nossa frente, deixando-nos com uma sensação de mal-estar perturbadora. Os coros, quais lamúrias desta ode mortífica, funcionam como leves bálsamos, momentâneos, ao longo deste trajecto por hediondas paisagens.
Este álbum resulta como um só, rochedo indivisível, esmagador, quer pela sua coerência estilística e sonora mas, também, pela cadência que os próprios temas têm, entrelaçando-se uns nos outros bastante naturalmente. Apesar disso, algo mais ressalta ao escutarmos 'Post Mortem' e 'Pulse'.
'Horror Vacui', não sendo um trabalho perfeito, nem inovador, tem no condão da sua coesão e poder sonoro e estilístico a capacidade de afirmar os Abstract Spirit como uma das melhores bandas do segmento na Rússia e na Europa, capaz de poder vir a ombrear com os alemães Ahab.
Por nós, os últimos 70 minutos do Apocalipse já têm banda-sonora. (16.3/20)

English:
Funeral Doom Metal, movement III! 2011 sees the return of Moscow Abstract Spirit with another album after the debut ‘Liquid Dimensions Change’, in 2008, and ‘Tragedy And Weeds’ in the next year. Anyone who has ever crossed - or rather, was rammed! - with the sound of this trio, knows quite well what can count on, just need to read the first sentence of this text. For the 'newbie’s', this 'Horror Vacui' turns out to be the discovery of the band at their next step, specifically, not on improving the formula, with touches here and there, but looking forward for a deeper sound with some new ideas up till now little explored.
The half-dozen tracks, plus the ambiental interlude 'Vigilae Mortuorum (Interludium)', which are part of this work seem even slower and look a bit more epic. This impression is immediately evident in the opening song, "Beyond Closed Eyelids', where side by side with immense and immeasurably heavy riffs, played by M. Hater and deep guttural voices courtesy of I. Stellarghost, there is a greater incorporation of keyboards and piano passages, allowing those songs to breathe from their slow and hypnotic violence, which will provide the listener, therefore, time to catch his breath before returning to be swallowed by this huge mass of sound.
During these 70 minutes, falls upon us a funereal blackness, creating an unhealthy atmosphere, miserable, a monument that is built, slowly, in a subtle and chilling progression, in a Dantesque way that collides against our senses, leaving us with a feeling of malaise disturbing. The choirs, which laments along this deadly ode, act as light balms, momentary, along this route by hideous landscapes.
This album turns out as one, indivisible rock, overwhelming, both for its consistency of style and sound but also by the cadence that have their own tracks, weaving them into each other quite naturally. Yet, we need to emphasize 'Post Mortem' and 'Pulse'.
'Horror Vacui', not being a perfect record, or innovative, has the knack to show a very intense cohesion and power of their sound and stylistic ability to affirm Abstract Spirit as one of the best bands in the funeral segment in Russia and in Europe, capable of being able to comparable with the Germans Ahab.
For us, the last 70 minutes of the Apocalypse have already a proper soundtrack. (16.3/20)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Sceptic Mind - The Begining (2010)

Às vezes, somos confrontados com álbuns que nos colocam em sentido desde o primeiro momento em que tomamos contacto com eles; em outros casos, vão ganhando o nosso respeito e conquistam-nos aos poucos; depois, existem os suportáveis e os irrelevantes. Foi durante a audição do tema de abertura e que dá título a esta segunda proposta que nos chega da Rússia, que nos demos a pensar nesta forma de encarar - ou hierarquizar - a nossa relação com os trabalhos que vamos ouvindo e conhecendo e percebemos que neste caso específico, e depois de ouvir estes três temas colossais, que os Septic Mind tomam conta dos nossos sentidos de uma forma tão bruta e fria que nos deixa completamente aturdidos. O que brota das colunas não é somente funeral doom, mas um conjunto de linhas atmosféricas que nos rodeiam e nos absorvem de tal maneira que nos sentimos no meio de uma tempestade que pára ao fim dos 60 minutos de duração deste registo; uma tempestade que nos vai fustigando, lenta e gélidamente, percorrendo espaços desoladores e inóspitos e mostrando-nos uma negritude espessa como breu.
Perante um cenário destes, está claro que os Esoteric saltam logo para a linha da frente, mas não podemos esquecer uns Pantheist ou mesmo os seminais Thergothon.
'The Begining' contém um trio de temas que prega o Apocalipse, mas de uma forma docemente brutal, embalando-nos durante os seus momentos mais calmos e contemplativos, para depois esmagar-nos sem contemplação ou amistosidade. 'The Misleading' contém nuances que nos lembram os crescendos muito característicos do post-rock/post-metal; e não é que sabem bem aqueles doze minutos antes da entrada da voz gutural de Michael Negiev, como um vento frio que nos bate no corpo e acorda para a dureza e crueza que a música contém. Achamos que após isto tudo, será escusado dizer o que este álbum provocou neste ouvinte. (17.4/20)

English:
Sometimes we are confronted with albums that put us standing straight since the first moment we contact them; in other cases, they gain our respect and conquer us slowly; finnaly, there are the bearable and irrelevant ones, too. It was while we were listening the opening track, and at the same time the title of this second proposal that comes from Russia, that we found ourselves thinking on the way we face - or rank - our relationship with the records that we hear and know and realize that in this specific case, and after hearing these three huge songs, the music of Septic Mind preempt our senses in a way so raw and cold that makes us completely flummoxed. What flows from the speakers is not only funeral doom, but a set of atmospheric lines that surround and absorb us so deeply that we feel in the midst of a storm that goes away only after the 60 minutes of this record; a storm that goes on beating, slowly and icily, traversing bleak and inhospitable places and showing us a thick pitch-blackness.
Of course, with such a scenario like this one, it is clear that the Esoteric jump straight to the front line, but we cannot forget Pantheist or even the seminals Thergothon.
'The Beginning' contains a trio of tracks that preaches the apocalypse, but in a brutal gently way, lulling us during their quiet and contemplative moments, and then crush us without contemplation or friendliness. 'The Misleading' contains nuances that remind us of the very characteristic post-rock/post-metal crescendos, and feels really good those twelve minutes before the entrance of the guttural voice of Michael Negiev as a cold wind that hits us in the body and awakes us to the hardness and ruthlessness that this music contain. We think that after all this, is needless to say which sensation this album has caused in this listener. (17.4/20)