Este blog tem como único propósito a divulgação de um sub-género musical dentro da esfera do metal: o doom metal e as suas mais diversificadas vertentes.
Todos os links aqui apresentados remetem para outros "sítios" onde poderão encontrar mais informações e ouvir músicas das bandas que aqui vamos dando a conhecer.
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SUUM CUIQUE TRIBUERE
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Estes Somunus Aeternus chegam da República Checa e 'On the Shores of Oblivion' é o seu primeiro álbum, sucedendo à demo lançada em 2011.
Entre os dois trabalhos há um efectivo crescimento da banda do ponto de vista qualitativo, apresentando um conjunto de temas multifacetados mas bastante coesos, capazes de agradar a seguidores das linhas mais melódicas do doom, death e, também, do gótico. Pois é, estamos perante uma fusão de estilos em dez movimentos e sem estar a destacar este ou aquele momento - pronto, está bem, 'The Light at the End of Suffering' é, na nossa opinião, um dos melhores exemplos onde convive toda a amálgama sonora referida de forma bastante harmoniosa - estamos em crer que este registo, que funciona da melhor maneira no seu todo, terá sido um dos melhores neste segmento durante 2012. É claro que as atmosferas e os momentos melancólicos têm uma preponderância maoritária nestas composições, como aliás se pode verificar durante a primeira metade do álbum, mas é a partir de 'A Touch of Insanity' que entrarmos em terrenos mais variados - e bem mais interessantes, diga-se em abono da verdade -, onde se verificam passagens bem mais rápidas, tornando as sucessivas audições momentos bem agradáveis, nada monótonos.
'On the Shores of Oblivion' cresce à medida que lhe vamos dispensando tempo e, de mansinho, ganha o seu espaço; se não possui «aqueles temas» ou uma boa mão cheia de malhas que nos deixam de queixo caído, ganhando automaticamente um lugar entre os melhores do ano, assume-se como uma bela revelação antecipando boas novas em futuros lançamentos. Assim o esperamos. (15/20)
Enquanto os Gallow God estiveram um pouco na sombra a preparar o seu primeiro álbum, 'The Veneration Of Serpents', Riccardo Veronese resolveu dar renovada atenção a este seu projecto e em pouco tempo tomou forma o trabalho de estreia que temos entre mãos, 'Ritual of the Banished', uma mão cheia de temas que tanto tem de traditional e epic doom como de doom/death britânico; Solstice e Anathema da fase 'Crestfallen'/'The Silent Enigma' no mesmo caldeirão, portanto. Essa mistura estará melhor representada logo em 'Balefire', com a alternância de voz limpa e gutural a cargo de Roberto Mura - num registo muito competente e diferente do que efectua no Urna - sobre um riff forte e cativante, constituindo um dos melhores momentos deste registo, embora tenhamos de admitir que as linhas mais melódicas e emotivas dominem este trabalho tornando-o ligeiramente desiquilibrado e mais mellow do que o início faria supôr. Apesar disso, 'The Wild Hunt' ou 'The Silence of the Shore' continuam a demonstrar qualidade sem se tornarem aborrecidos ou demasiado iguais entre si.
Certamente que não irão faltar as comparações com os Gallow God, mas a julgar por estes cinco temas, podemos dizer que os Dea Marica já iniciaram o seu próprio trilho e rumam a coisas bem interessantes. (13.9/20)
English:
While Gallow
God were a bit in the shadow preparing its first album, 'The Veneration Of
Serpents', Riccardo Veronese decided to give renewed attention to this project
and soon took shape the debut work we have in hands, ‘Ritual of the Banished',
a handful of songs with an approach to traditional and epic doom in one hand
and british doom/death as well; Solstice and Anathema from the middle 90’s, in
the same pot, so. This mix is well represented in 'Balefire', with alternating
clean and guttural voice courtesy of Roberto Mura – with a quite nice work here
but a bit different from the one used on Urn - over a strong and captivating
riff, constituting one of the best moments of the record, although we must
admit that the most melodic and emotive compositions dominate this work making
it slightly wobbly and more mellow than the beginning would suppose.
Nevertheless, 'The Wild Hunt’ or ‘Silence of the Shore' continue to demonstrate
quality without becoming dull or overly equal.
Surely, there will
not miss comparisons with Gallow God, but judging by these five themes, we can
say that Dea Marica already started their own path, moving into some
interesting things. (13.9/20)
Há uns tempos atrás, quando nos debruçamos sobre 'The System of Nature', referimos que o pano de fundo para a sua sonoridade era o doom/death dos inícios da década de 90. Em 2012, 'It All Fades' continua a fazer jus a essa referência. As coisas pouco ou nada mudaram, o que não quer dizer que tenha existido um decréscimo na qualidade dos temas ou que a banda encontra-se presa a uma fórmula que vai usar até ao limite. Não nos parece, de todo. De facto, em alguns temas, sobressai a costela mais death do colectivo acrescentando-lhe algum groove - ouçam 'Don't Look Back', logo a começar, e tirem as vossas ilações - passando a vestigial os momentos mais doomy. Por outro lado, também temos momentos vincadamente doom mas que surgem intercalados por passagens mais agressivas, não sendo, portanto, de estranhar que nos venham à cabeça uns Novembers Doom ao longo destes quase 36 minutos, mas especialmente em 'A Horrible Disease' ou em 'Erasing Bad Specimen'.
E a melancolia que se encontra tão bem espelhada na versão de 'Transilvanian Hunger', aqui num registo feminino tão dócil que quase faz esquecer a frieza e a crueza do original. É, de facto, uma surpresa.
'It All Fades' apesar de não trazer grandes diferenças sonoras, igualmente acaba por não ser um passo em falso, dado que com esta meia dúzia de composições acaba por cimentar a sua linha de acção e sabe qual o caminho que quer traçar. (14.3/20)
English:
Some time ago, when we look back on 'The System of
Nature', referring to the musical background, we could define for this sound that
the biggest influence was doom/death of early-90’s. In 2012, 'It All Fades'
continues to live up to that benchmark. Things have changed little or nothing,
which is not to say that there has been a decrease in the quality of the songs
or the band is attached to a formula that will use up untill the limit. Doesn’t
look like that, at all. In fact, in some tracks, we can find some groove added
to the death metal side of the band - listen to 'Do Not Look Back', opening
this EP, and take your conclusions - passing to vestigial the more doomy moments.
On the other hand, we also have parts markedly doom but interspersed with
passages that appear more aggressive and is not therefore surprising that comes
to our head bands like Novembers Doom over these nearly 36 minutes, but especially
in 'A Horrible Disease' or ‘Erasing Bad Specimen '.
And the melancholy that is so well mirrored in the
version of 'Transilvanian Hunger', here with a female voice, so docile that
almost makes you forget the coldness and bleakness of the original. It is,
indeed, surprising.
'It All Fades'
despite not bring big sound differences, also turns out to not be a misstep,
since this handful of compositions eventually cement its action line and know
which way they want to trace. (14.3/20)
Chegam-nos do Montenegro e resolvem atirar-se às feras com este álbum de estreia, um misto de gothic/dark e uns laivos de doom, tudo encapsulado em ambientes negros e decrépitos. A dupla Sonja Milicevic e Nikola Radovic discorre ao longo de 52 minutos uma colecção de temas que, num primeiro impacto, soaram desgarrados e inócuos, mas com as contínuas audições passamos a encarar este registo como um todo, uma banda-sonora para uma visita a um quarto escuro, onde o suspense paira a cada minuto - o tema título, talvez seja uma boa amostra, com todo aquele ambiente muito dark e creepy. A alternância de vozes femininas com masculinas não é nenhuma novidade e nem sequer foge ao que já tem sido largamente explorado e a sonoridade deste duo não traz, igualmente, nada de refrescante, onde as passagens mais calmas alternam com outras mais a rasgar, digamos ('On The Other Side', por exemplo), tudo envolto em ritmos que pouco diferem entre si, acabando por criar um efeito que não abona muito a favor destas composições. 'Wrath of the Sun' - com excepção daquele início fraco -, será, talvez, o único momento que estará acima de um trabalho que pauta pela mediania e, num ano em que muitos e bons álbuns saíram a terreiro, necessita de mais trabalho para naturais aspirações da banda. (11.4/20)
English:
Placid Art come from Montenegro and solve throw themselves
to the wolves with this debut album, a mix of gothic/dark and a smattering of
doom, all wrapped in dark and decrepit atmospheres. The duo Sonja Milicevic and
Nikola Radovic disclose over 52 minutes a collection of tracks that, at first
impact, sounded stray and innocuous, but with the continuing auditions come to
see this record as a whole, a soundtrack for a visit to a dark room, where the
suspense hangs on every minute - the title track, perhaps it’s a good sample,
with all that very dark and creepy atmosphere. The alternation of masculine
with feminine voices doesn’t bring anything new to what has already been
extensively explored over the last decade. Generally, the sonority of this duo
does not, also, reveal nothing refreshing, where the quieter passages alternate
with more ripping ones, say (check 'On the Other Side', for example), all
wrapped in rhythms that differ slightly, eventually creating an effect that really
does not testify in benefit of these compositions. 'Wrath of the Sun' – with exception
of that beginning part that caused a thrill and not for the best reasons - is
perhaps the only moment that is above a median work and in a year when many
good albums were released, the successor of ‘Rainbow Destruction Process’ needs
more work for natural aspirations of the band. Despite everything, there are
here some interesting details, some good ideas, but for now, only that. (11.4/20)