quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Salome - Terminal (2010)

Se existisse uma banda-sonora para uma brutal cena de pancadaria, mas em slow motion, de um qualquer filme série B ou C, certamente que os temas dos Salome estariam em cima da mesa prontos para serem escolhidos. O Sludge corrosivo, empoeirado e agreste adicionado aos ritmos lentos e doridos do Doom, fazem desta proposta uma mistura bem conseguida e que serviria na perfeição o propósito referido.
Os primeiros momentos não fazem adivinhar o que está para chegar; antes, parecem fazer parte de um álbum de Post-rock ou uma parte experimental de uma banda qualquer que transpire psicadelismo por todos os poros. No entanto, sem nada que o espere ou denuncie, eis que a bateria de Aaron Deal e a guitarra de Rob Moore irrompem sem qualquer tipo de permissão, juntando-se logo a seguir Katherine Katz com a sua voz demoníaca, para durante a hora seguinte nos abalroarem em sete actos.
A dureza dos riffs e a simplicidade dos ritmos continuam a marcar aqui presença, no seguimento da estreia homónima de 2008, embora se note um mais refinado trabalho de guitarra, conferindo um outro aspecto a estas composições. A voz de Katz continua a ser expelida como que sob estado de tortura ou então de possessão demoníaca, tal a visceralidade dos seus gritos e growls. Impressionante e irrepreensível. Resta comprovar ao vivo.
Os temas continuam a ser bastante longos, variando entre os 6 e os 17 minutos, embora no caso deste último estarmos perante um exercício instrumental de Noise cruzado com Drone - situação que acaba por permitir dar algum descanso antes dos últimos dois momentos que compõem este álbum. Longos, mas não enfadonhos, com estruturas dinâmicas embora exista uma reduzida variação rítmica, mas que conferem uma coesão entre todas as músicas bastante assinalável, permitindo que a degustação se prolongue até ao final deste trabalho.
Superando, claramente, o seu primeiro disco, os Salome com este "Terminal" têm boas hipóteses de se tornarem uma das propostas de referência no segmento Sludge/Doom, restando-nos esperar por mais novidades vindas do outro lado do oceano. (15/20)

English:
If there were a soundtrack to a scene of brutal beatings, but in slow motion, of any movie series B or C, certainly the theme of Salome would be on the table ready to be picked. The corrosive Sludge, dusty and harsh rhythms added to the slow and painful doom, makes this proposal and the mixture achieved a nice goal which would serve that purpose perfectly.
The first moments do not guess what's to come, rather, appear to be part of an album of post-rock or an experimental part of any band that leak out psychedelia from every pore. However, nothing that you wait or withdraws, behold, Aaron Deal of the battery and the guitar of Rob Moore blow up without any permission, joining shortly after Katherine Katz with his demonic voice to us for the next hour rammed in seven acts.
The hardness of the simplicity of the riffs and rhythms are still here scoring presence, following the debut release from 2008, although we note a more refined guitar work, giving another feature to these compositions. Katz's voice continues to be expelled as that under a state of torture and then demonic possession, so are their visceral screams and growls. Impressive and perfect. It remains to show live.
The themes continue to be quite long, ranging between 6 and 17 minutes, although in the latter case we are facing a financial instrument crossed with Noise and Drone - a situation that ultimately enable us to give some rest before the last two moments that make this album . Long but not boring, although there is dynamic structures with a reduced rhythmic variation, but they bring a cohesion between all the songs very wide, allowing the taste will last until the end of this work.
Overcoming clearly his first album, the Salome with this "Terminal" have a good chance of becoming one of the proposed reference segment Sludge / Doom, leaving us to wait for more news from across the ocean. (15/20)

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