sábado, 12 de fevereiro de 2011

Process Of Guilt - The Circle (2011)

E porque não? E porque não um trabalho de remisturas? Para alguns, esta nova proposta dos alentejanos Process Of Guilt poderá soar descabida ou completamente non-sense, mas o facto é que esta ideia arrojada - há que o admitir -, acaba por encaixar bastante bem num processo de maturação que a banda vem vivendo desde os seus primórdios, o que não quer dizer que vá, futuramente, enveredar por esses caminhos - as experiências conhecidas por todos, relativamente a incursões dessa índole, fez muita gente torcer o nariz e, diga-se, a qualidade desses mesmos trabalhos também foi questionável -, julgamos.
Um disco de remisturas de uma banda de Metal, talvez não seja muito habitual, e muito menos o será o de uma banda alicerçada no Doom/Death Metal, para mais sedeada em... Portugal! E as versões versam, desculpem a redundância, sobre o mesmo tema! Mas até nisso achamos que esse é mais um ponto a favor.
Gravitando em torno de "The Circle (Erosion Part I)", que abre este mesmo trabalho em jeito de ligação a "Erosion" e, ao mesmo tempo, servir de comparação às novas roupagens trazidas por nomes como Sanford Parker (dos Minsk e Buried At Sea), Echoes Of Yul, os nacionais DJ Mofo e Bosque e os espanhóis Sons Of Bronson (Toni Querol, dos Lords Of Bukkake), os pouco mais de 30 minutos de música evidenciam uma nítida remodelação do tema original, com algumas vocalizações novas, toadas mais ambientais, mas sempre pintadas em tons cinzentos, criando cenários soturnos mas, ao mesmo tempo, cativantes.
São cinco visões de um mesmo tema e outras tantas poderiam estar por aqui que, possivelmente, trariam algo de novo na sua interpretação desta música dos Process Of Guilt.
Derivativas à sua maneira, nenhuma das reinterpretações está "encostada" ao original; aqui e ali encontra-se uma linha de guitarra, uma batida de bateria "retirada" do original, mas no essencial, tudo é desconstruído e é criada uma nova base musical.
Estamos, portanto, longe dos terrenos em que normalmente vemos o quarteto movimentar-se, mas não deixam de ser áridos, erodidos pela acção dos elementos; para ouvir, sem rodeios.
Quem andava à procura do sucessor de "Ocean Remixes/Reinterpretations", dos Isis, ou de um trabalho qualquer dos Jesu, pode muito bem encontrá-lo aqui, antes que esgote! (15/20)

English:
And why not? And why not a work of remixes? For some, this new proposal of Process of Guilt from Alentejo, may sound misplaced or completely non-sense, but the fact is that this valiant idea - let us admit it - turns out to fit very well into a process of maturation that the band has been living since the beginning, which is not to say that will in future go down these paths - experiences known to all, for raids of this nature, has made many people turn up their noses and, incidentally, the quality of these works was also questionable judging.
An album of remixes from a Metal band, perhaps not very usual, and much less will be of a band based on Doom/Death Metal, from ... Portugal!  And the versions deal with, on the same topic! But even this idea is one more favourable point.
Gravitating around "The Circle (Erosion Part I)", which opens the same way to work in connection to "Erosion" and at the same time, serve as a comparison to the new outfit brought by Sanford Parker (Minsk and the Buried At Sea), Echoes of Yul, the Portuguese projects Bosque and DJ Mofo and Spaniards Sons of Bronson (Toni Querol, from Lords of Bukkake), a little over 30 minutes of music show a marked remodelling of the original theme, with some new vocalizations, more atmospheric tunes, but always painted in gray tones, creating gloomy scenarios, but at the same time absorbing.
There are five views of one subject and many others around here that could be possibly bring something new in his interpretation of music from Process of Guilt.
Derivative in its way, none of the interpretations is "leaning" to the original, here and there is a line of guitars, a drum beat "withdrawal" from the original, but in essence, everything is deconstructed and created a new musical base.
We are therefore far from land on which we normally see the quartet move, but they are still barren, eroded by the action of the elements, to listen, bluntly.
Who was looking for the successor of "Ocean Remixes /reinterpretations" of Isis, or any work of Jesu, may well find it here, before it runs out! (15/20)

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