Os Echoes Of Yul têm algo de cinematográfico; e isso ficou bem patente no seu primeiro álbum, lançado em 2009, em que cada tema parecia corresponder a um determinado momento de um filme muito obscuro, com uma produção descuidada e com parcos recursos. O argumento seriam as próprias músicas e os actores apanhados desprevenidos porque não sabia que o eram.
Foi uma apresentação ao mundo em tons bem negros, deixando-nos em suspenso sobre qual o passo seguinte da dupla Jarek e Michal, no meio de uma variedade de sons bem condensada em densas atmosferas onde o drone paira, encorpando e unindo a amálgama sonora. 'From Infinity To Infinity' continuava a latejar na cabeça após o fim do disco; 'Or' tinha o mesmo efeito...
Três anos volvidos, 'Cold Ground' mostra-nos uma aposta mais firme na costela ambiental do projecto, com recorrentes passagens que nos trazem os Jesu à cabeça e, igualmente, os Nine Inch Nails ali por alturas do 'The Fragile' e onde a visceralidade que podíamos admirar na obra de estreia, muito na veia de uns Godflesh, encontra-se relegada para um nível diminuto, em que 'Libra' talvez seja o exemplo mais claro e que acaba por soar muito bem ali a meio do disco, numa altura em que este corria o risco de entrar numa linha algo enfadonha. A segunda metade deste trabalho não destoa e até ao exalar de 'Last', que representa muito bem os cinquenta e tal minutos anteriores, os sons discorrem; uns, quase indiferentes, outros, mais envolventes, mas tudo sempre coeso e ligado.
Este não é, definitivamente, um álbum que busca equilíbrios entre as facetas dos Echoes Of Yul, mas antes mais uma viagem exploratória de sons e texturas revelando-nos que a repetição não deve fazer parte do dicionário destes senhores e cada trabalho pode ser uma porta escancarada para o que lhes der na real gana. Assim seja. (14/20)
Foi uma apresentação ao mundo em tons bem negros, deixando-nos em suspenso sobre qual o passo seguinte da dupla Jarek e Michal, no meio de uma variedade de sons bem condensada em densas atmosferas onde o drone paira, encorpando e unindo a amálgama sonora. 'From Infinity To Infinity' continuava a latejar na cabeça após o fim do disco; 'Or' tinha o mesmo efeito...
Três anos volvidos, 'Cold Ground' mostra-nos uma aposta mais firme na costela ambiental do projecto, com recorrentes passagens que nos trazem os Jesu à cabeça e, igualmente, os Nine Inch Nails ali por alturas do 'The Fragile' e onde a visceralidade que podíamos admirar na obra de estreia, muito na veia de uns Godflesh, encontra-se relegada para um nível diminuto, em que 'Libra' talvez seja o exemplo mais claro e que acaba por soar muito bem ali a meio do disco, numa altura em que este corria o risco de entrar numa linha algo enfadonha. A segunda metade deste trabalho não destoa e até ao exalar de 'Last', que representa muito bem os cinquenta e tal minutos anteriores, os sons discorrem; uns, quase indiferentes, outros, mais envolventes, mas tudo sempre coeso e ligado.
Este não é, definitivamente, um álbum que busca equilíbrios entre as facetas dos Echoes Of Yul, mas antes mais uma viagem exploratória de sons e texturas revelando-nos que a repetição não deve fazer parte do dicionário destes senhores e cada trabalho pode ser uma porta escancarada para o que lhes der na real gana. Assim seja. (14/20)
English:
Echoes Of Yul have something cinematic, and it was evident in their first album, released in 2009, in which each track seemed to correspond to a particular moment of a very dark film, under-resourced and with a mistreated production. The argument would be the songs themselves and the actors caught off guard because they did not know who they were.
It was a presentation to the world in dark shades as well, leaving us in suspense about what the next step of the duo Jarek and Michal, in a middle of a variety of sounds well condensed into dense atmospheres where the drone hovers, embodying and uniting the amalgam of sound. 'From Infinity To Infinity' still beating in the head after the end of the disc; 'Or' had the same effect...
Three years later, 'Cold Ground' shows us a bet firmer rib environmental project, with recurrent passages that bring to mind Jesu, and also Nine Inch Nails there for heights of 'The Fragile' album and where viscerality we could admire in the debut work, much in the vein of some Godflesh, is relegated to a diminished level, where 'Libra' is perhaps the clearest example and it ends up sounding quite right there in the middle of the disc, when the risk of entering in a boring line was a fact. The second half of this work does not clash until the breathe out of 'Last', which represents very well the fifty minutes of this album, the sounds discourse; ones, almost indifferent, other, more engaging, but everything always cohesive and connected.
This isn’t, definitely, an album that searches for balances between all the facets of Echoes Of Yul, but it is more an exploratory trip of sounds and textures revealing to us that repetition should not be part of the dictionary of these gentlemen and each record can be a gateway wide open to do what they want. So be it. (14/20)
It was a presentation to the world in dark shades as well, leaving us in suspense about what the next step of the duo Jarek and Michal, in a middle of a variety of sounds well condensed into dense atmospheres where the drone hovers, embodying and uniting the amalgam of sound. 'From Infinity To Infinity' still beating in the head after the end of the disc; 'Or' had the same effect...
Three years later, 'Cold Ground' shows us a bet firmer rib environmental project, with recurrent passages that bring to mind Jesu, and also Nine Inch Nails there for heights of 'The Fragile' album and where viscerality we could admire in the debut work, much in the vein of some Godflesh, is relegated to a diminished level, where 'Libra' is perhaps the clearest example and it ends up sounding quite right there in the middle of the disc, when the risk of entering in a boring line was a fact. The second half of this work does not clash until the breathe out of 'Last', which represents very well the fifty minutes of this album, the sounds discourse; ones, almost indifferent, other, more engaging, but everything always cohesive and connected.
This isn’t, definitely, an album that searches for balances between all the facets of Echoes Of Yul, but it is more an exploratory trip of sounds and textures revealing to us that repetition should not be part of the dictionary of these gentlemen and each record can be a gateway wide open to do what they want. So be it. (14/20)
Tracklist:
01. Octagon
02. Foundations
03. The Tenant
04. Crosses
05. Numbers
06. Haunebu
07. Libra
08. Save Yourself
09. The Plane
10. The Message
11. Cold Ground
12. Chrome
13. Last
02. Foundations
03. The Tenant
04. Crosses
05. Numbers
06. Haunebu
07. Libra
08. Save Yourself
09. The Plane
10. The Message
11. Cold Ground
12. Chrome
13. Last