segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Alkerdeel - De Speenzalvinge (2010)

Da Bélgica, chega-nos este trabalho dos Alkerdeel, um quarteto que tem as suas raízes alicerçadas em projectos tão diferentes como o  grindcore, o death metal e o doom metal, mas aqui, ao longo de 3 longos exercícios viram-se para os terrenos do sludge e do black metal, este a servir de condimento. Assim, ao longo de 58 minutos, somos completamente fustigados por descargas contínuas de sludge primário e cruento, misturado com black metal também bastante bafiento. Com uma produção minimal, estes temas desenvolvem-se, maioritariamente, a grande velocidade, sem grandes alterações rítmicas ou qualquer tipo de virtuosismo instrumental. A espaços, somos "abençoados" com passagens mais lentas, podendo aí perceber com uma maior nitidez cada um dos instrumentos, ao mesmo tempo que descansamos da tortura em que Pede e Ca. nos infligem. As suas palavras são imperceptíveis, limitando-se muitas das vezes a extrair simples erros das suas cordas vocais, sobre as massas sonoras aqui registadas, conferindo a estas peças sonoras uma aura completamente demente e caótica.
Este não é um trabalho de fácil digestão, visto que a rudeza sonora presente é, de facto, intencional, com um claro travo a movimento underground e só os verdadeiros amantes do género é que encontrarão aqui motivos para sorrirem e poderem ir buscar ao baú as demos dos Disembowelment ou dos Eyehategod, para relembrarem as raízes de um género duro e inapelável como o sludge.
Quanto aos Alkerdeel, poderão começar a criar algum burburinho (com a portuguesa Universal Tongue a ajudar à festa), mas por ora só mesmo isso. (10/20)

English:
From Belgium, comes by this work by Alkerdeel, a quartet that has his roots based in scenes so different like grindcore, death metal and doom metal, but here, through 3 long exercises they turn to the lands of sludge and of black metal, the last one to serve of seasoning. So, through 58 minutes, we are completely flogged by continuous unloadings of primarily and bloody sludge, mixed with black metal also quite musty. With a minimalistic production, these songs develop, most of the time, in great speed, without great rhythmical alterations or any type of instrumental virtuosity. Sometimes, we are "blessed" by slower passages, making us able to realize there with a bigger clarity what each one of the instruments is doing, at the same time that we are given a break from the torture that Pede and Co. inflict upon us. His words are imperceptible, most of the times limited to extracting simple errors out of his vocal chords, on the resonant masses here registered, imprinting to these resonant pieces a completely insane and chaotic zephyr.
This is not a work of easy digestion, since the resonant rudeness is, in fact, intentional, with a clear taste of the underground movement and only the truthful lovers of this type of sound will find motives to smile and be able to go to the trunk and pick up the Disembowelment or Eyehategod’s demos, to recall the roots of a harsh and arid sound that is sludge.
As for the Alkerdeel, they will be able to begin to create some hubbub (with the Portuguese Universal Tongue label helping in the party), but for the time being only that. (10/20)

Nenhum comentário:

Postar um comentário