quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Grove - Of Moss And Men (2008)

Apesar desta demo ter sido lançada já em 2008,  foi há pouco tempo que tomamos conhecimento deste projecto pela mão do duo que o compõe: Moongun Wormwalk e Count Tenebrae, duas entidades criadas em consonância com este trabalho.
Definir o que podemos ouvir ao longo dos cinco temas que perfazem este trabalho não é tarefa fácil; durante os 75 minutos de duração, passamos por momentos de traditional doom, melodias sombrias na linha de um qualquer tema mais ambient, atmosferas negras e uns pózinhos de funeral doom. Tudo isto reunido consegue transportar-nos numa longa viagem, necessariamente obscura, através de paisagens ruinosas, silenciosas, onde esta banda sonora se vai explanando e transmitindo-nos uma tristeza contagiante, quer através dos lúgubres ritmos quer nas guitarras dolentes que nos vão acompanhando.
Musicalmente, "Of Moss And Men" é um registo bastante simples, nada dado a estruturas complexas ou a performances de virtuosismo. Porque essa também não é a essência dos Grove. Ritmos sóbrios, minimalistas, um baixo frugal, bastante discreto e guitarras despidas de tecnicismos, cingindo-se a um trabalho muito ambiental. Tudo isto suporta um conjunto de teclados planantes, modeladores da sonoridade destes norte-americanos, e a voz de Count Tenebrae num registo limpo, emotivo, fazendo lembrar em alguns momentos David Cavannagh, quase como um contador de histórias.
A estruturação de todas as músicas é bastante boa, cada uma delas revelando-se um autêntica peça de arte, com identidade própria, fazendo com que temas como "Satyr's Grove", do alto dos seus 28 minutos, não se torne monótona, pelo contrário, tendo a capacidade de nos ir envolvendo e absorver para dentro de si, libertando-nos no final de modo a podermos ir a tempo de apanhar o próximo tema.
Para ouvir esta demo de estreia dos Grove é preciso um estado de espírito propício para tal, não é um trabalho para figurar em playlists. É, sim, um registo que se deve ouvir, explorar e degustar, em momentos próprios. Até que venha a próxima viagem. (15/20)

English:
Despite this demo was released in 2008, it was not long ago that we learned of this project by the hand of the duo that composed it: Moongun Wormwalk and Count Tenebrae were two entities created in line with this work.
Defining what we hear over the five themes that make up this work is no easy task, during the 75 minutes duration, experienced moments of traditional doom, dark melodies in the line of any more ambient subject, dark atmosphere and some “powder” of funeral doom. All this together can carry us through a long journey, necessarily obscure, through ruinous and silent landscapes, where this soundtrack will be explained and gives us a contagious sadness, and through the mournful rhythm of the doleful guitar which accompany us.
Musically, "Of Moss And Men" is a quite simple record, no complex data structures or the performances of virtuosity. Because this is not the essence of the Grove. Rhythms sober, minimalist, low frugal, very discreet and guitars stripped of technicalities in sticking to a very environmental work. All this supports a set of keyboards planning, these American sound shapers, and the voice of Count Tenebrae in a clean slate, soulful, reminiscent at times and David Cavannagh, almost as a storyteller.
The structure of all the music is quite good, each one revealing a genuine piece of art with its own identity, making songs like "Satyr's Grove," the high end of its 28 minutes, it does not become monotonous, however  it has the ability to go in involving and absorbing into itself, freeing us at the end so we can go in time to catch the next theme.
To listen to this demo release of the Grove there is the need to a conducive state of mind to do such thing, it is not a job to appear in playlists. Rather, it is a record which must be heard, explored and enjoyed in our own moments. Until the next trip comes. (15/20)

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