Há cerca de três anos e meio esta entidade que se revela pelo nome de Ea surgiu de forma enigmática, não só pela sua abordagem minimal do mercado restringida somente ao plano musical, mas igualmente por todo o conceito que abraçou, baseado, segundo as informações disponibilizadas, em textos sagrados de antigas civilizações e usando uma linguagem reconstruída a partir de estudos arqueológicos e paleográficos.
De facto, a estreia criou o seu frissom na cena e obteve boas críticas, de forma generalizada. No ano passado, foi lançado o segundo registo e, agora, chega-nos o derradeiro volume desta trilogia, toda ela lançada via Solitude Productions.
O que podemos depreender depois de ouvir estes 52 minutos de Funeral Doom/Ambient, é que este registo se aproxima de cenários menos negros e claustrofóbicos que os seus predecessores - se bem que em "II", já se notassem algumas diferenças -, buscando refúgio em momentos ambientais, contemplativos - ou serão antes catatónicos? -, onde as teclas passam a ter um papel mais importante, servindo de base às composições sobre as quais se explanam as linhas de guitarras, sempre lancinantes, e um registo vocal profundo, gutural e doloroso. "Taela Mu" revela isso mesmo, uma fuga dos cenários mais áridos e agrestes de "Ea Taesse" e o encontro, ou a procura, de algo mais cândido; será que das paisagens bem negras da estreia, estaremos a chegar a composições evocativas de luz e de vida? A própria capa do trabalho não será uma alegoria a isso mesmo? Bem, parece que o enigma vai continuar; e que prossiga com os níveis de qualidade a que nos vem habituando. (13/20)
Editora: http://solitude-prod.com/index.html
Ainda nao ouvi, mas por tudo que vc disse me interessei bastante...
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